segunda-feira, 8 de abril de 2013

The Cure em São Paulo: porque falar descaradamente de amor ainda importa


Foto: Marcelo Pereira / Terra

Na noite do último sábado, 6 de abril, em São Paulo, 30 mil pessoas testemunharam o excelente show da emblemática The Cure, inspiração e (seria exagero dizer?) devoção de muitos. A Arena Anhembi recebeu um público variado, entre adultos (leia-se gente mais madura, alguns até exibindo seus grisalhos tais quais os de Robert Smith, mas não com a excentricidade do penteado do frontman, claro) e pessoas mais jovens que evidenciavam seus 20 e poucos anos, dos quais alguns, isoladamente bobos, comportavam-se como se estivessem em uma pista de dança de uma casa noturna com uma simples discotecagem. Distraídos, conversavam, deixando em segundo plano a banda, no palco! Estes pareciam não entender o que testemunhavam ou, se entendiam,  não davam tanta importância. Uma apatia beirando uma espécie de sacrilégio. Mas a maioria, diga-se, entendia, em êxtase.

O Cure fez um equilíbrio perfeito entre hits de rádios FM e das pistas de dança pós-punk (aquele tal gótico alegre) e canções mais obscuras, aquelas para fãs da discografia completa. Não faltaram as descaradamente românticas, evidentemente, como "Just Like Heaven". A noite foi de diversão e contemplação em um mesmo show com duração de mais de 3 horas. Um show vigoroso de um literalmente brilhante Robert Smith e sua banda.

Destaque aqui para um dos pontos altos do set-list (e uma das minhas músicas preferidas),  "A Forest", registrado nessas imagens postadas no YouTube por Ricardo Silveira. Embora sejam imagens capturadas de muito longe do palco, a qualidade da gravação está boa.