Nevermind nem é o melhor álbum do Nirvana. Geralmente, quem
ocupa essa posição, tanto na opinião da crítica quanto do público, é In Utero (1993), lançado também no mês de setembro. Ainda assim, Nevermind tem uma importância irreversível
na histórica recente do rock.
Em 24 de setembro de 1991 o disco foi lançado. Há exatos 21 anos, portanto. Para homenagear a banda e seu álbum, Songs to
Valentina quis saber o que o clássico disco do Nirvana representa para uma nova
geração de músicos de bandas independentes.
"Existem bandas que são únicas e que lançam pelo menos um trabalho único que move toda uma geração. E isso foi o que o Nirvana fez com o Nevermind. Esse disco representa muito a essência de um power trio: baixo pulsante, bateria bem executada e uma guitarra suja e pesada. Sem cortar os vocais desesperados, melancólicos e marcantes. Não existe uma única música ruim nesse disco e quando ele chega ao fim a gente tem aquele sentimento de "nossa, já acabou?". Nevermind, é o último grande disco do rock e deve demorar para que outra banda faça algo parecido". Adriano Nascimento, baixista da banda Liférika (SP) Facebook
"O ano é 1996, tenho 14 anos. Meus amigos desfilam pelas ruas do meu antigo bairro com camisas de flanela xadrez, eu estou me envolvendo com o que o rock dos anos oitenta produziu no Brasil, minha banda de coração até então, pasmem, é o Titãs. Uma colega da escola me pergunta: “Já ouviu Nirvana?”. E eu: “Claro que não, o que é isso?”. Ela então me empresta uma k7 com dois discos deles: o primeiro, Bleach, e o famoso Nevermind. Ouço a fita umas vez, duas vezes, três vezes, quatro vezes, e no dia seguinte eu falo: “Que merda é essa? Só tem barulho nessa merda, não gostei, não tem nada melhor?”. Alguns dias depois, estava na casa de um colega. Estávamos fazendo o que era de praxe ser feito naquele tempo: ouvindo musicas de fitas k7 e tomando algum vinho bem vagabundo. Naquele momento, não sei por que, aquela zona toda começou a fazer sentido e naquela mesma tarde fiquei sabendo que o vocalista havia se matado com um tiro na cabeça. Não foi algo tão mágico como foi para muitos, mas as doses homeopáticas que consumi desse disco me fez abrir a mente e os ouvidos para o que se pode fazer quando você grita com tesão". Dom Orione, vocalista e guitarrista do duo 3 éD+ (SP) SoundCloud
"O Nevermind é um clássico, não só do grunge, do rock,
mas da música. É um disco tênue, construído no limiar do rock garageiro com a
música pop. Por vezes soa confuso, como uma indecisão. Mas acho que é isso que ele
quer transmitir. Acredito que, querendo ou não, quem o escuta se
influencia por ele e percebe algo insistentemente atraente, que faz jus à
sua repercussão imediata a seu lançamento, como sua permanência nas
prateleiras dos mais vendidos. Sobre a nossa influência como banda, acredito
ser muito forte, principalmente na construção de arranjos e melodias, assim
como na produção em si, no estúdio. Bebemos dessa fonte, principalmente eu, que
vivi uma adolescência saturada de Nirvana". Jonas H. Schommer, vocalista e guitarrista da banda Volar (RS) Blog Oficial
"O Nevermind é uma
revolução na minha vida e na de muitas outras pessoas. Visceral. Direto e
reto. Libertando a criança dentro de cada um. A criança que estava presa, enclausurada em um quarto, vai para fora de casa gritando e colocando pra fora tudo o que tinha preso na
garganta! Simplesmente fantástico!". Thiago Sobral, ex-vocalista da banda Kbrera (SP) MySpace
11 de janeiro de 1992 – Nirvana havia sido o número musical do Saturday Night Live [em Nova York]. Sua apresentação no programa se mostraria um divisor de águas na história do rock’n’roll: a primeira vez que uma banda grunge havia recebido exposição nacional ao vivo na televisão. Foi no mesmo fim de semana em que o maior lançamento do Nirvana, Nevermind, batia Michael Jackson no primeiro lugar das paradas da Billboard, tornando-se o álbum mais vendido do país. A maneira pela qual o Nirvana havia tomado de surpresa a indústria musical não tinha precedentes. Praticamente desconhecida um ano antes, o Nirvana tomou de assalto as paradas com sua “Smells Like Teen Spirit”, que se tornou a canção mais conhecida de 1991, a frase de abertura na guitarra simbolizando o verdadeiro início do rock dos anos 90. (Charles R. Cross)
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