quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Entrevista | Zeit (Suécia): "Basicamente é só música pop encharcada em fuzz"


Zeit surgiu em Gotemburgo, Suécia, com um som baseado no pós-punk, noise pop, dream pop e shoegaze. Eles acabaram de lançar o seu novo EP Life is Just a Blur, outro brilhante trabalho feito pela nova geração shoegazer. Seu cofundador Erik Engblom falou com o blog esta semana sobre a discografia do Zeit, os dois lados da revolução da internet e das redes sociais para bandas indie, e o maior expoente shoegaze de todos os tempos, o My Bloody Valentine.


Em qual ano Zeit foi formada? Quais bandas mais inpiraram vocês?

Erik Engblom: Como banda, Zeit existe desde 2010. Mas a ideia da banda formada por mim e Erik Jonsson veio no final de 2008 depois de uns drinks na casa dos meus irmãos. Nós dois compartilhamos uma predileção pelo rock do final dos anos 80 e início dos anos 90, nós dois amamos e crescemos ouvindo a bandas como Broder Daniel (uma banda cult sueca), Joy Division, Jesus and Mary Chain, The Smiths, Slowdive, Sonic Youth, Nirvana and My Bloody Valentine. Eu não diria que nós somos influenciados por estas bandas, prefiro dizer que estas bandas nos inspiraram a fazer nosso próprio som.

Quais são as expectativas a respeito do novo EP Life is Just a Blur?

Erik: Eu não tenho pensado muito nisso, mas eu espero que as pessoas sintam algo quando ouvirem - aversão, amor, ódio, tristeza etc. Acho que a maioria das pessoas não gosta dele porque ele é um pouco extremo, exagerado e encharcado de fuzz. Ao mesmo tempo, acho que aqueles que conhecem o gênero podem amar algumas das faixas. Basicamente é só música pop encharcada em fuzz. É um velho conceito (musical) voltando à moda. 

Como tem sido a receptividade (do EP)?

Erik: As pessoas são geralmente gentis, especialmente se a banda é desconhecida. Acho que as pessoas que não gostam dele não querem desperdiçar energia falando mal. Ao mesmo tempo, aqueles que gostam do EP frequentemente dizem coisas legais sobre ele. Sendo assim, a receptividade tem sido boa.

"Basicamente é só música pop encharcada em fuzz."

De acordo com a página da banda no Bandcamp, a estreia de vocês foi com um álbum com dez faixas, em 2011. Houve uma razão especial para lançarem um EP dessa vez? É um tipo de preparação para o próximo disco cheio?

Erik: Nós simplesmente tínhamos algumas músicas que gravamos e que acabaram como um álbum em 2011. Sentimos o novo EP lançado este ano como um novo começo, eu acho que você pode chamá-lo de uma preparação para o que está por vir, mas eu não sei ainda se será um álbum cheio ou um outro EP. Pessoalmente amo o formato EP. É perfeito para conceitos e na minha opinião menos chato do que um álbum.

O que a internet e as redes sociais significam para bandas indie como Zeit?

Erik: É uma coisa boa, eu acho. Bandas pequenas não precisam estar em uma gravadora mais. Com a internet e a revolução das mídias sociais, as bandas podem promover e lançar material sem contrato com gravadoras. Ao mesmo tempo é difícil porque a partir daí parece que todo mundo faz música hoje em dia. 

"Eu acho que o My Bloody Valentine fez a coisa certa lançando o disco por eles mesmos, eles na verdade não precisam de gravadoras."

Como é a cena shoegaze/dream pop na Suécia?

Erik: Eu não sei se existe realmente uma cena shoegaze na Suécia. Não sei se existem quaisquer cenas na Suécia. Nós temos alguns grandes festivais todo ano e é isso. É difícil excursionar na Suécia uma vez que ninguém está disposto a pagar bandas para shows.

Você leu a entrevista de Kevin Shields no Guardian falando sobre o MBV ter sido “banido” da lista de indicados ao Mercury Prize porque o disco tinha sido lançado de forma independente? O que você pensa sobre isso?

Erik: Eu não soube disso. Geralmente penso que a música e a arte em geral não são esportes - você não pode competir. E eu acho que o My Bloody Valentine fez a coisa certa lançando o disco por eles mesmos, eles na verdade não precisam de gravadoras.

Comente sobre seus próximos shows.

Erik: Nós esperamos fazer uma turnê pela Europa em um futuro próximo!

Deixe uma mensagem para os fãs de shoegaze/dream pop no Brasil.

Erik: Esperamos fazer uma turnê na sua parte do mundo algum dia.



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