terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Os Melhores de 2014 / The Best of 2014

A lista do STV, feita com a colaboração de Adeson Moraes, apresenta dez discos considerados como os melhores de 2014. Ela abrange bandas grandes e pequenas, desde artistas com muitos anos de carreira a estreantes, bandas com gravadora e sem, álbuns cheios e EPs com poucas faixas, discos que saíram em formato físico (vinil, CD e até cassete) ou só no digital. Esta lista não tem pretensão de classificar por qualidade, por esse motivo os discos aparecem de acordo com a data de lançamento.















Upside Out Inside Down - Black Market Karma | 24 de janeiro, Flower Power Records

Os londrinos chamaram a atenção pela discografia já notável (cinco discos) em apenas três anos de banda. O melhor é que nesse caso quantidade e qualidade caminham lado a lado. Eles passeiam entre o shoegaze e a psicodelia, mas já flertaram com o grunge no início. Poderosas influências musicais combinadas com criatividade própria resultaram em uma das melhores bandas da moderna psicodelia. Ouça: http://goo.gl/f9hnwD

ChambersLorelle Meets The Obsolete  | 03 de março, Captcha Records

Disco devastador e insano. Lorelle Meets The Obsolete faz um grande estrago, no bom sentido. Uma das maiores revelações do México. Entregue-se ao caos.
Ouça: http://captcharecords.bandcamp.com/album/chambers 













Live Versions - Tame Impala | 19 de abril, Modular Recordings 

A australiana Tame Impala predomina como a mais brilhante banda neo-psicodélica da atualidade. Seu primeiro disco ao vivo traz nove faixas, entre elas a instrumental e inédita 'Sestri Levante'. O registro é de um show em Chicago em 2013. Originalmente foi um lançamento limitado a 5 mil cópias em vinil no Record Store Day, mas vendeu tão rápido que a gravadora decidiu manter no catálogo. Ouça: http://spoti.fi/1gMUUNE

NemureDead Mantra | 22 de setembro, Cranes Records

Grande revelação e um dos discos mais ouvidos neste ano. Os franceses da Dead Mantra fazem uma mescla shoegazing e pós-punk perfeita que leva o ouvinte ao delírio. Disco essencial de 2014. Ouça: http://thedeadmantra.bandcamp.com/album/nemure













The Best Day - Thurston Moore | 21 de outubro, Matador Records 

Seu segundo disco solo pós-Sonic Youth não é exatamente uma novidade. Destoa quase completamente do disco anterior, 'Demolished Thoughts', no qual Moore explorou uma faceta acústica. 'The Best Day' soa tão noise quanto o que ele praticou antes no Sonic Youth, tendo agradado muito aos fãs e à imprensa especializada. Ouça: 




Home Everywhere - Medicine | 28 de outubro, Captured Tracks

Um dos ícones do noise/shoegaze/wall of sound de volta com mais um disco grandioso após 20 anos dispensa comentários. Ouça: https://soundcloud.com/capturedtracks/turning













The Only One - Static Daydream | 28 de outubro, Moon Sounds Records

Eis um dos artistas mais admiráveis e respeitáveis, o mestre Paul Baker do lendário Skywave, do Ceremony, e agora com um novo projeto chamado Static Daydream. 'The Only One' é um EP com 4 faixas, porém não poderia ficar de fora pois cada uma delas é uma obra-prima do noise/shoegaze. Ouça: http://moonsoundsrecords.bandcamp.com/album/the-only-one




The Tower of Foronicity - Singapore Sling | 15 de novembro, Fuzz Club Records

Os mestres da atualidade da gélida Islândia quando o assunto é noise, psicodelia e tudo o que pode ser "doentio" no mundo da música. Singapore Sling dispensa comentários para os já iniciados. Ouça: http://fuzzclub.bandcamp.com/album/the-tower-of-foronicity














Sibirien - Follow The Sea | 18 de novembro, Moon Sounds Records 

Aprendemos com o Follow The Sea, da Suécia, que shoegaze pode ser feito por um duo (uma guitarra e uma bateria) e que, uma vez disseminado mundo afora, o gênero pode incorporar traços culturais locais adquirindo assim maior originalidade. 'Sibirien' é um EP com 4 faixas.













The Smoke is Rising - Great Black Night | 16 de dezembro, Independente

Os norte-americanos da Great Black Night foram a agradável surpresa para fechar bem 2014. Um sexteto shoegaze/dream pop com sonoridade envolta em guitarra/baixo/bateria, claro, mas também em piano, violino e violoncelo. 'The Smoke is Rising' é um EP com 3 faixas e marca a estreia da banda. Ouça: http://gbnlovesyou.bandcamp.com/album/the-smoke-is-rising-e-p

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Rival Revolution: "Amo a ideia de expressar emoção sem utilizar letra"

Jack Kempton é um músico da cidade de Colchester, Inglaterra, e é também o fundador da Rival Revolution. O ponto interessante é que Rival Revolution foi formado por apenas um homem - Jack. Aos 23 anos de idade, ele gosta de seguir um estilo musical diferente, sua música é instrumental. Escutar as músicas do início ao fim é mais do que apenas ouvir música, o som de Rival Revolution vai fazer você se sentir e digerir cada nota musical, desencadeada por acordes de guitarra ou pelo dedilhado de um violão. À frente do Rival Revolution desde a sua criação em 2012, Jack nos contou um pouco sobre sua carreira.

por Camila Borges


Foto: Facebook Rival Revolution
Quem é Jack?
Eu cresci em Londres, a cerca de uma hora de distância de onde eu vivo atualmente e sempre quis fazer algo um pouco "diferente" do que os outros estão fazendo. Gosto de ir contra a corrente.

Como você começou essa experiência com a música?
Eu comecei a tocar guitarra há alguns anos, era algo que eu realmente queria aprender a tocar. Eu, então, pratiquei por horas a cada dia para melhorar e chegar ao nível que eu estou agora. Eu estudei música na faculdade, lugar onde eu comecei a escrever minhas próprias músicas e também aprendi muitas das técnicas de produção que uso atualmente.

Quando você decidiu que queria ser músico?
Universidade! Embora eu fui lá para ter mais conhecimento de produção de música, a faculdade foi meu início como músico e foi o lugar onde Rival Revolution nasceu!

Quais são suas influências musicais?
Alguns guitarristas como Jimi Hendrix e Rory Gallagher são enormes influências para mim, o que ambos podem fazer em uma guitarra é incrível! Mark Tremonti, de Alter Bridge, também é uma grande influência, e você não pensaria nisso, mas eu também sou um grande fã de Avril Lavigne! Algumas das minhas músicas são inspiradas por ela!

Qual é o seu instrumento musical favorito?
Embora eu adorar a guitarra, eu sou um grande fã dos tambores! E baterias também.

Sua música é instrumental, o que te fez escolher este estilo de música?
Eu amo a ideia de ser capaz de expressar emoções ou significado através de uma canção sem o uso de letras, e que não há nenhuma linguagem de barreira para impedir as pessoas de compreender qualquer uma das minhas músicas. Eu também gosto do fato dela ser única, o que significa que se destacam - eu mencionei anteriormente sobre "ir contra a corrente", este é um puro exemplo disso.

Explique o nome de sua banda
Há um monte de significado por trás do nome - que é uma longa história em si - mas em termos curtos, eu gosto da ideia de uma revolução e levantar-se para o que você acredita que é certo. Eu certamente não gosto 'caras de terno' - como os políticos - recebendo seu destino o tempo todo.

Qual é o seu estilo musical?
Rock Instrumental! E também riffs rápidos de hard rock a músicas mais lentas, espaçadas, místico, canções descontraídas, então há algo lá para todos.

Qual é o seu filme favorito?
O Prestige! É um filme sobre a magia, e meu mais novo álbum 'Illusions' é fortemente inspirado pelo filme! O principal tema do álbum é que o filme de fato!

Qual das suas músicas é a sua favorita?
"Shadows of August" do meu EP 'While The World's Asleep' e também "The Big Bang Rumour" do meu novo álbum.

Qual é o seu maior sonho?
Gostaria de ter uma base de fãs estável e fazer shows regulares! Eu tenho sorte de já ter fãs tão incríveis, mas eu gostaria de estar em um próximo nível e jogar em lugares maiores, isso seria uma recompensa enorme para todo o meu trabalho duro.

Se você fosse uma cor, que cor você seria e por quê?
Verde-limão! Porque certamente se destaca e é diferente!

O que você diria para seus fãs no Twitter e no Facebook?
Obrigado! Obrigado por todo o apoio encantador! Desde os fãs que eu tive desde o primeiro dia, para os fãs mais recentes. Vocês são incríveis e eu não poderia fazer isso sem você e sem o seu apoio maravilhoso!

Illusions (2014)

Rival Revolution: "I love the idea of expressing emotion without any lyrics”

Jack Kempton is a musician from the town of Colchester, England, and is the founder of Rival Revolution. The interesting point is that Rival Revolution was formed by only one man - Jack. At 23 years old, he likes to follow a different musical style - his music is instrumental. Listening to songs from start to finish is more than just listening to music, Rival Revolution songs will make you feel and digest each musical note, unchained by guitar chords or by the guitar fingering. Ahead of Rival Revolution since its inception in 2012, Jack told us a little about his career.

por Camila Borges

Rival Revolution Facebook Page
What's your name. Age. City and Country where you live.
I'm Jack. I'm 23 and I live a little outside Colchester in England.

Who is Jack?
I grew up in London, about an hour away from where I currently live, and have always wanted to do something slightly 'different' from what others are doing. I enjoy going against the grain.

How did you begin this experience with music?
I started playing guitar a few years ago, as it was something I really wanted to learn to play. I then practised for hours each day to improve and to get to the level I am at now. After I had been playing for a few years and was at a reasonable level, I studied music at college, which is where I first started writing my own songs and how I learnt many of the production techniques I currently use.

When did you decide you wanted to be a musician?
College! Although I went there to get more knowledge of music production, college was the beginning of myself as a performer and it was the place where Rival Revolution was born!

What are your musical influences?
Guitar focussed players like Jimi Hendrix and Rory Gallagher are huge influences on me, what they can both do on a guitar is incredible! Mark Tremonti from Alter Bridge is also a big influence on me, and you wouldn't think it, but I'm also a huge Avril Lavigne fan! Some of my songs are inspired by her!

What is your favorite musical instrument?
Although I play guitar, I am a big fan of the drums! ..And drum solos..and drummers!

Your music is instrumental, what made you choose this style of music?
I love the idea of being able to express emotion or meaning through a song without using any lyrics, and that there is no language-barrier to stop people from understanding any of my songs. I also like that it's unique which means I stand out - I mentioned earlier about 'going against the grain', this is a pure example of that.

Explain the name of your band
There is a lot of meaning behind the name - which is a long story in itself - but in short terms, I like the idea of a revolution and standing up for what you believe is right. I certainly don't like 'guys in suits' - such as politicians - getting their way all the time.

What is your musical style?
Instrumental Rock! I vary from fast hard-rock riffs to slower, spaced out, mystic, relaxed songs, so there's something there for everyone.

What is your favorite movie?
The Prestige! It's a film about magic, and my newest album 'Illusions' is heavily inspired by the film! The main theme of the album is that film in fact!

Which of your songs is your favourite?
"Shadows of August" from my EP 'While The World's Asleep'. A close second is "The Big Bang Rumour" from my newest album.

What is your biggest dream?
To have a steady fan-base and play regular gigs! I am lucky enough to already have such amazing fans, but if I can take it to the next level and play in bigger venues, that would be a massive reward for all of my hard work.

If you were a color, what color would you be and why?
Lime green! Because it certainly stands out and it's different!

What would you say to your fans on Twitter and Facebook?
Thank you! Thank you for all of the lovely support! From the fans I've had since day one, to the newer fans who have only recently discovered me. You guys are awesome and I couldn't do this without you and without your wonderful support!

Illusions (2014)

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Músicas inéditas marcam despedida da banda Inverness

Divulgação

A banda paulistana Inverness anunciou hoje via Facebook sua despedida. Para marcar a ocasião, a banda lançou duas faixas inéditas, "Thank You" e "Heart Coils", em agradecimento a todos os seus fãs e apoiadores. A Inverness lançou três discos: 'Forest Fortress' (2009), 'Somewhere I Can Heart My Heart Beating' (2010) e 'Ivana' (2012).


Mais sobre Inverness: 
songs-to-valentina.blogspot.com.br/search/label/inverness


sábado, 20 de dezembro de 2014

Follow The Sea: "Fita cassete faz as coisas mais interessantes. É difícil pular músicas"

Foto: Facebook Follow The Sea

As reuniões das bandas My Bloody Valentine, Slowdive e Ride coincidem com uma notável renovação do shoegaze. Elas talvez não saibam o quanto continuam a inspirar muitos jovens músicos. Novas bandas de todas as partes emergem todos dias no universo da internet, conectando-se com ouvintes ao redor do mundo, como é o caso do duo sueco Follow The Sea, que com apenas uma guitarra consegue soar tão shoegaze e noise quanto os melhores. Eles estrearam com o EP digital e independente 'Follow The Sea' em julho de 2013 e atualmente estão divulgando o segundo EP, 'Sibirien', via Moon Sounds Records, um selo dos Estados Unidos com o qual fizeram contato por correio. A seguir, a entrevista com o vocalista e guitarrista Erik Solfeldt.

Como surgiu o Follow The Sea?

Eu tinha escrito algumas canções dream pop e Magnus me ajudou a gravá-las. Nós percebemos que elas eram muito boas e quisemos tocar shoegaze como um duo. 

'Canções pop com elementos de distorção e melancolia escandinava'. Comente, especialmente a última parte.

Em Novembro nós tivemos 5 horas de sol. O restante foi só nuvem e chuva. São 5 horas por dia de sol, o restante é pura escuridão. Na nossa música há um sentimento de nostalgia, de sonhar com um outro momento, um outro dia, uma outra estação, tanto quanto em grande parte da música escandinava.

Do seu ponto de vista, há uma cena neo-shoegaze na Suécia?

Não, não há muita música shoegaze na Suécia, não mesmo, infelizmente. Existem algumas ótimas bandas e artistas mas nós não chamaríamos isso de cena. A sonoridade shoegaze tem começado a se tornar pop com reverb vocals e um tipo de electro dream pop que chamamos de 'pop de penas', porque quando estão se apresentando sempre usam penas de pássaros. Então pode haver uma cena em breve, quem sabe. 

Como aconteceu o contato com o selo norte-americano?

A Moon Sounds Records tem bandas como Dead Leaf Echo e Ceremony no seu casting, ambas ótimas bandas que nós ouvíamos então enviamos a eles uma demo, no modo antigo, via correio. E eles gostaram.

Foto: Facebook Follow The Sea
Na sua opinião, quais elementos podem existir na nova música shoegazing que representem mais do que uma reprodução do que veio antes?

Ótima pergunta! Muitas bandas shoegaze tem realmente sonoridades únicas.  O gênero é divertido porque não há muitas regras, há somente uma estética e uma atitude, mas realmente é tudo diferente. Existem muitas influências diferentes vindas de todas as partes, então cada banda que traz uma nova influência traz algo novo. 

Finalmente, por que vocês decidiram lançar o EP também no formato cassete?

Fita cassete é divertida. A música [atualmente] está muito acessível, é fácil só ouvir o que você acha que é melhor ou mais interessante, ou simplesmente o que está mais disponível. A fita cassete e o vinil fazem as coisas mais interessantes. É um pouco desafiador para o ouvinte. É difícil escolher ou pular músicas. Você tem que aceitar o que o artista te dá, o que te força a relaxar e se concentrar na música. 



quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Follow The Sea: "Cassette tape makes things more interesting. It's hard to skip songs"

Follow The Sea Facebook Page

The reunions of My Bloody Valentine, Slowdive and Ride coincide with a remarkable renewal of shoegaze. They may not know how continue to inspire lots of young musicians. New bands arise every day from everywhere in the internet universe, connecting with listeners around the world, such as the Stockholm-based duo Follow The Sea who with just one electric guitar sounds as shoegazing & noise as the greatest of these genres. Their first EP, digital and self-released, called just 'Follow The Sea' came out in July 2013. Currently the Swedes are promoting their second EP, 'Sibirien', via Moon Sounds Records, a record label from the U.S. which they have contacted by postal service. Following, an interview with the singer and guitarist Erik Solfeldt.

How did Follow The Sea arise?

I had written some dream-pop songs and Magnus helped me to record them. We realized they were really good and wanted to take a shot at playing shoegaze as a two-piece band.

'Pop songs with elements of fuzzy droning and Scandinavian melancholy'. Comment it, especially the last part.

In November we had 5 hours of sun. The rest was all clouds and rain. And there is like 5 hours each day that the sun is even up, the rest is pure darkness. There is an element of longing, of dreaming of another time, another day, another season in our music as well as in a lot of Scandinavian music.

From your point of view, is there a neo-shoegaze scene in Sweden?

No, there's not much gaze music in Sweden at all sadly. There's a couple of really good bands and artists but we wouldn't call it scene. The shoegaze sound has started to make it into mainstream pop (reverb vocals, kind of electro dream pop, we call it feather pop, 'cause when they play live they're always wearing birds feathers). So there might be one soon, who knows.


Follow The Sea Facebook Page
How did the contact with the US label happen?

Moon Sounds Records have bands on their roster like Dead Leaf Echo and Ceremony both great bands that we listen to, so we sent them a demo, "old school style" regular post service. And they liked it.

In your opinion, which elements might exist in new shoegazing music that represent more than a reproduction of what came before?

Good question! A lot of shoegaze band have really unique sounds. The genre is fun because there’s not a lot of rules, there’s just an aesthetic and an attitude but really it’s all different. There are a lot of different influences coming in from all over so each band that brings in a new influence brings something new.

Finally, why did you decide to release the new EP also in cassette tape?

Cassette tape is fun. Music is so easily accessed, it’s easy to just listen to what you think is best or most interesting or just what is most available. Cassette tape and vinyl make things more interesting, and a bit challenging for the listener. It’s hard to pick and choose songs or skip songs. You have to accept what the artist gives you, which forces you to relax and concentrate on the music.




Next shows:

Dec 19
The Southside Cavern
Stockholm, Sweden

Dec 28
Meschi
Dresden, Germany

Dec 31
Trøjborg Beboerhus
Aarhus, Denmark


segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Psych Feelings: The Scrap Dealers


por Adeson Moraes

Voltando com mais um texto sobre uma banda recém-descoberta e que me agradou bastante. Vinda de Liège (Bélgica), a banda atende pelo nome de The Scrap Dealers. Paixão à primeira audição. Os caras fazem um som bem sujo e barulhento e suas tags do Bandcamp já chamam a atenção: punk, garage, rock, psychedelic, shoegaze. Barulho bom e dos melhores entre os descobertos por esses dias. Os integrantes são: Hugues Daro, Cedric Georges, Regis Germain, Justin Mathieu e Antoine Pottier, sem muitas informações sobre quem comanda qual instrumento, mas isso pouco importa pois são muito bem executados. Com o EP 'Red Like Blood' lançado em março de 2014 e o debut lançado em novembro de 2014, cujo destaque vai para a soberba faixa "No Sense In Your Eyes", The Scrap Dealers tem um futuro promissor e já pode figurar entre as grandes revelações da nova safra psych que aumenta a cada dia com excelentes bandas nascendo. Mais um presente para os amantes do submundo dos bons sons e para quem adentra esse labirinto onde se encontra um mundo incrível, principalmente para os iniciados. Então, sem mais. Fiquem com a maravilhosa "No Sense In Your Eyes". Boa viagem.




Thurston Moore pós-Sonic Youth: 'Demolished Thoughts' & 'The Best Day'


Lançado no último dia 21 de outubro, nos formatos LP duplo, CD e álbum digital, 'The Best Day', quarto disco solo de Thurston Moore, guitarrista fundador do Sonic Youth, em quase nada lembra seu antecessor, ‘Demolished Thoughts’ (2011).

O álbum abre com os riffs precisos de “Speak To The Wild”, a segunda mais longa faixa do disco, com oito minutos e meio;  Em seguida vem a balada, ao modo Thurston Moore, “Forevermore”, faixa que inicia com um envolvente baixo pulsante. That’s why I love you forevermore... repete várias vezes durante os onze minutos da música; “Detonation”, visceral, cortante e direta, é puro Sonic Youth; “Grace Lake” é a faixa instrumental do álbum ao melhor estilo: hipnótica, com doses de fúria e doçura alternadas; “The Best Day”, a faixa-título, remete à “Sunday”, canção consideravelmente popular no repertório do Sonic Youth presente em 'A Thousand Leaves' (1998); “Germs Burn” começa calma, mas logo chega aos berros de Start a fire / Stop a fight". Ecoa aquele punk urgente e cru de começo de carreira, explode com guitarras enérgicas sobrepostas e encerra o disco de maneira triunfal.

Ao contrário de seu predecessor, no qual Moore explorou sutilezas sônicas bem distantes das praticadas durante seu protagonismo no Sonic Youth ao longo de três décadas ininterruptas,‘The Best Day’ foge quase inteiramente daquela atmosfera acústica onde predominam dedilhados e acordes ao violão; elementos da música clássica, como um gracioso som de violino presente em quase todas as nove faixas de ‘Demolished Thoughts’; e até um assobio (em “Mina Loy”), traço inimaginável em se tratando do repertório tradicional do grupo, baseado na alternância entre instantes puramente abstratos de intensa experimentação sonora barulhenta e instantes de doçura quase pop - mas nunca ao ponto de ter um assobio no meio. Dá para dizer que ‘Demolished Thoughts’ é até monótono, sendo “Circulation” a exceção ao que parece regra no álbum: o clima intimista.

Se em ‘Demolished Thoughts’ Moore transcende o possível apelo comum aos fãs recém-afetados com o fim da banda para que o disco soasse como Sonic Youth, no presente registro o músico optou por não atravessar demais a fronteira além-Sonic Youth. O esforço foi mínimo, embora altamente deliberado (supõe-se), esboçado apenas em duas das oito faixas: “Tape” e “Vocabularies”, as quais se aproximam do repertório do disco anterior. Em ‘The Best Day’, no entanto, Moore deixa de lado tantas sutilezas e parte para a identificação imediata dos anos de carreira no grupo.

O material de 2011 pode ter sido desafiador e arriscado para o músico, ao apresentar para seu público uma faceta pouco provável, muito longe de exalar subversão e urgência jovem em riffs distorcidos. Mas apenas um disco pós-Sonic Youth era pouco para confirmar a emancipação do cinquentão Moore do DNA de sua banda, fortemente inspirado na matriz Velvet Underground.

The Best Day’ é muito agradável de ouvir, não causa nenhuma estranheza, não parece ter sido desafiador, exatamente por isso não soa como tal aos ouvidos. Um certo descrédito ao meninão de franja, mas um belo presente aos saudosos fãs da banda. Com isso, definitivamente o músico não faz de ‘The Best Day’ um marco discográfico em sua trajetória solo, especialmente pós-Sonic Youth. É um “mais do mesmo” bem executado e convincente, do qual não se ousa dizer que não é cria legítima do talentoso membro-fundador de uma das mais importantes bandas de rock do mundo.

Frutos da fragmentação da banda veterana em 2011 (formada em 1981 e com prolífica discografia), ambos os registros integram o catálogo do selo independente Matador Records, casa de outros consagrados no cenário alternativo como Cat Power e Interpol, além de Kim Gordon e Lee Ranaldo, ex-membros do próprio Sonic Youth, desde que a banda se desvinculou da gravadora Geffen, em 2006.


Para dar continuidade à tradição sonora Moore convocou Steve Shelley, que comandou as baquetas no Sonic Youth desde ‘Evol’ (1986), a discreta Debbie Googe, baixista da banda My Bloody Valentine, e o guitarrista Chrome Hoof, formando a Thurston Moore Band, que para delírio dos mais puristas e reverentes fãs brasileiros traz a turnê de ‘The Best Day’ para São Paulo, onde se apresentará no dia 4 de dezembro, no Cine Joia.





quinta-feira, 30 de outubro de 2014

What You Are Looking For: Black Market Karma


Difícil encontrar uma banda com apenas três anos de existência e uma discografia tão prolífica como a Black Market Karma. Esses londrinos que se juntaram em 2011 já possuem cinco discos lançados. Discos cheios, com 11 ou 12 faixas, não singles e nem EPs esporádicos. O My Bloody Valentine, uma de suas evidentes inspirações, demorou mais de duas décadas para ter três álbuns de estúdio na discografia, dois deles durante o primeiro período de atividade, de 1983 a 1997. O mais surpreendente é que dos cinco discos do BMK, quatro foram lançados no mesmo ano, 2012. E o mais legal é que tudo está disponível para free download no site da gravadora deles, a Flower Power Records.

Desde o primeiro disco, Comatose, o Black Market Karma vinha ecoando uma sonoridade muito equivalente a My Bloody Valentine, como pode ser ouvido na faixa-título. Cocoon é o disco com repertório mais shoegaze, como se ouve em "Neutral", "If I Could" e "Violet", só pra citar alguns exemplos. No mesmo Cocoon também ficam evidentes traços de The Velvet Underground ("Hold Me Down") e de The Jesus And Mary Chain ("Dirty Water"). Muito shoegazing são também "Stars and Stripes (Hammer and Sickle)", "Slow" e "Catsigh", do penúltimo lançamento, Easy Listening

No EP de estreia, All That I've Made, e em Comatose fica registrada a influência de Nirvana ("All That I've Made" e "I Can't Save You", respectivamente). O debut EP de quatro faixas é bem interessante por condensar grunge e shoegaze: passam por ali Nirvana, Ride/My Bloody Valentine e JAMC, mas encerra com um "folkgaze" destoante ("All That I've Lost").

A partir do lançamento de Semper Fi, quarto disco do BMK, sua sonoridade se desprende um pouco do shoegaze e suas músicas passam a soar mais psicodélicas e viajantes, diferenciando-se pela presença de cítara em algumas faixas. Algumas das melhores canções deste disco são: "Running On Dry", "Don't You Know", "I Am Life", "Head Full Of Fuzz", "Andrea's Drum" e "Sitary-Wary". Em janeiro de 2014, o Black Market Karma lançou Upside Out Inside Down, que segue a mesma linha psych do disco anterior, lembrando menos as referências dos lançamentos de 2012, com destaques para "Aheeha", "Outside I", "Skullgroover", "Heady Ideas", "Yes You Can" e "Only Once".




Discografia Black Market Karma:

All That I've Made (debut EP) - Junho/2011
Comatose - Janeiro/ 2012
Cocoon -  Junho/ 2012
Easy Listening - Setembro/2012
Semper Fi - Dezembro/2012
Semper Fi (Vinil) - Julho/2013
Upside Out Inside Down - Janeiro/2014

BMK é formado por:

Stan Belton - Voz/Guitarra
Mike Sutton -  Baixo
Finley Belton - Guitarra
Louisa Pili - Voz/Guitarra/Percussão
Lee Blenckinsop -  Bateria





segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Psych Feelings: TAU


por Adeson Moraes

Mais um banda nasce no submundo dos bons sons, e já começa com tudo: o novíssimo projeto chamado TAU, diretamente de Berlim. O responsável pela beleza sonora chama-se Shaun Nunutzi Mulrooney. O cara trabalha com os Dead Skeletons, então para os iniciados acho que dispensa apresentações ou tecer qualquer tipo de comentário. O som passeia pelo experimentalismo, psychedelic e krautrock no melhor estilo Brian Jonestown Massacre e Dead Skeletons. Na primeira audição foi paixão instantânea. Todos os instrumentos ficam a cargo do próprio Shaun, com dois excelentes sons lançados: "The Trickster", lançado em junho de 2014, e "Huey Tonantzin (Madre Tierra)", lançado em julho de 2014. TAU faz com maestria o que de melhor temos na atualidade no psych e consolida ainda mais a cena que é umas das vertentes mais autênticas e belas da música. É bom ficarmos de olho, pois vem ainda muita coisa boa de Shaun e seu hipnótico TAU. Aumente o som e boa viagem. 




quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Psych Feelings: Grass On The Sun


por Adeson Moraes 

Existe uma safra nova de bandas incríveis da cena psych mundial. E diretamente da Itália, além do já cultuadíssimo Sonic Jesus, conheci outra banda igualmente genial, a Grass On The Sun, que faz um psychedelic shoegaze spacerock fortemente influenciado pelos mestres Jesus and Mary Chain e Spacemen 3. O duo composto por Alessandro Hicks (vocais e guitarras) e Gabriele Sancho (bateria, baixo e demais efeitos) conta com um EP lançado em junho deste ano contendo duas faixas: "The Corner" e a maravilhosa "I Feel It Coming", que conta com um vídeo oficial incrível. Sem dúvida a Grass On The Sun vem adicionar e muito à cena psych que anda mais efervescente do que nunca. Boa viagem.




quinta-feira, 28 de agosto de 2014

From Birmingham, with pride: STV interviews The Exploding Sound Machine




Tell us how The Exploding Sound Machine got started.
Joey: The band got together really by chance, I was working in a vintage store in Birmingham and I'd just moved here looking to get a something together when a friend told me about this guy who digged the same music and style as me and that he was a drummer looking for a band, we met and we just clicked. Then about a month later we were at a club that played 60s psych and garage when we met Sarah who had come up to Birmingham by chance. The three of us tried out loads of people but nothing seemed to work and it got to the point when we were thinking of packing it in until Lewis contacted me on Facebook and came down to jam and it was like we'd found the missing piece of the puzzle, though at the time we were a far more garagey sounding band. It really wasn't until Ed joined on guitar that we really found the sound and style that we are today.

"You can definitely feel there's a scene starting to form in Birmingham"



Which bands has influenced you?
Joey: Good Lord, that's a tough one because it can really change from day to day. I think the band hasn't really got one set of bands that have influenced us because we all dig the same sounds, but we can all be into really different things at any one time, for me personally it's always been the British psychedelic bands like Syd Barrett era Pink Floyd, The Pretty Things, The Soft Machine, The Open Mind, the Moody Blues, and Donovan, and some of the west coast bands like Love and Jefferson Airplane mixed with the early prog and kraut rock bands like Jethro Tull, King Crimson, Yes, Black Widow, Black Sabbath, and Brain Ticket. 

"Some of the highlights for me have been playing at Lunar Festival with the likes of Donovan, Arthur Brown, and Temples"


Why “Lady Medusa” was chosen to be the first digital single?
Joey: "Lady Medusa" wasn't really picked by us as a single, it just seemed that was the track out of the three that people really loved. But we weren't happy with the mix so we went back into the studio and tweaked it. When the first twist in the tale E.P comes out in early September on CD all three tracks have been remixed so they sound so much bigger.

How has the current tour been?
Joey: It's always great to be on the road and we are all genuinely close friends so there's never a dull moment. There's been highs and lows but every band has that and I think with what we're trying to do people either get it or they don't. Personally, some of the highlights for me have been playing at Lunar Festival with the likes of Donovan, Arthur Brown, and Temples. And our most recent gig in Brighton where we played to a sell out crowd and people were singing along with the songs which just blew my mind... I would love to tell you about something big happening next month but I've been sworn to secrecy...

"Birmingham always gets overlooked for London, Liverpool and Manchester, but there's been some amazing bands" 


Would you say that there is a neo-psych scene in Birmingham?
Joey: You can definitely feel there's a scene starting to form in Birmingham and it's great that it's coming from two different ends of the spectrum with the 60s psych thing, and the shoegaze revival coming together. I used to run an event in Birmingham called The Exploding Bubble Club and when I started out I wasn't expecting much I just wanted somewhere me and the band could go, but it ended up being this massive night that people would travel from all over Europe to come to, and loads of cool guys from Birmingham that I'd never met appeared. Birmingham always gets a bum deal really and gets overlooked for London, Liverpool and Manchester, but there's been some amazing bands like Black Sabbath, The Idle Race, and Roy Woods bands (The Move and ELO) and some amazing venues like Mothers Club that get forgotten.

Tell us about the next releases. What do the audience can wait? 
Joey: Well, we're working with a great label called HeviSike, so we're about to put out the first twist in the tale as a hard copy hopefully with a 7" release and then in early October we shall be releasing our new four track 7" EP and Double A-Side single which you will be able to purchase from either our Facebook or from HeviSike's website.

The Exploding Sound Machine is composed of:

Joey - Guitar/Vocals
Ed - Guitar/Backing Vocals
Sarah - Organ/Backing Vocals
Lewis - Bass
Simon - Drums

Support them.




De Birmingham, com orgulho: STV entrevista The Exploding Sound Machine



Conte para nós como The Exploding Sound Machine surgiu
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Joey: Foi realmente por acaso. Eu trabalhava numa loja vintage em Birmingham, tinha acabado de me mudar quando um amigo me contou sobre um cara que curtia o mesmo tipo de música e estilo que eu, e que ele era baterista e estava procurando por uma banda. A gente se conheceu e deu certo. Cerca de um mês depois estávamos num clube que tocava psicodélico e garage dos anos 60 e conhecemos Sarah, que tinha vindo pra Birmingham por acaso. A gente experimentou tocar com várias pessoas, mas nada parecia dar certo. Chegamos ao ponto de pensar em desistir até que Lewis fez contato comigo via Facebook e veio para uma jam e foi como se tivéssemos encontrado a última peça do quebra-cabeça, embora naquele tempo soássemos bem mais como uma banda garage. Foi só com a entrada do Ed como guitarrista que chegamos ao som e estilo que temos hoje.

"Definitivamente você pode sentir que há uma cena começando a se formar em Birmingham" 


Quais bandas influenciaram você (s)?
Joey: Senhor, é difícil dizer, porque isso pode mudar dia após dia. Acho que não temos exatamente uma lista de bandas que tenham nos influenciado porque todos nós exploramos as mesmas sonoridades, mas podemos todos estar com influências diferentes em qualquer momento. Pessoalmente, sempre foram as bandas britânicas psicodélicas como Pink Floyd com Syd Barrett, The Pretty Things, The Soft Machine, The Open Mind, The Moody Blues e Donovan, e algumas do costa oeste como Love e Jefferson Airplane, além do progressivo e krautrock do começo como Jethro Tull, King Crimson, Yes, Black Widow, Black Sabbath e Brain Ticket.

Por que “Lady Medusa” foi escolhido para ser o primeiro single?
Joey: “Lady Medusa” não foi realmente escolhido como single, simplesmente parecia que era a faixa, entre outras três, que as pessoas iriam gostar mais. Mas não estávamos felizes com a mixagem então voltamos ao estúdio e a melhoramos. Quando o primeiro EP for lançado no começo de setembro, as três faixas remixadas soarão muito melhor. 

"Alguns dos melhores momentos foi ter tocado no Lunar Festival com gente como Donovan, Arthur Brown e os Temples"

Como tem sido a atual turnê?
Joey: É sempre ótimo estar na estrada e nós somos realmente muito amigos então nunca há um momento tedioso. Tem havido altos e baixos mas toda banda tem isso. Pessoalmente, alguns dos melhores momentos foi ter tocado no Lunar Festival com gente como Donovan, Arthur Brown e os Temples. E nosso mais recent show em Brighton onde tocamos com ingressos esgotados e a plateia cantava as nossas músicas. Adoraria te contar sobre um grande acontecimento no próximo mês, mas eu preciso guardar segredo...

"Birmingham sempre fica ignorada atrás de Londres, Liverpool e Manchester, mas tem algumas bandas incríveis" 


Você diria que existe uma cena neo-psicodélica em Birmingham?
Joey: Definitivamente você pode sentir que há uma cena começando a se formar em Birmingham e é maravilhoso que isso está vindo de duas pontas diferentes do espectro psicodélico dos anos 60, e o shoegaze revival também está aí. Eu costumava produzir um evento em Birmingham chamado The Exploding Bubble Club e quando comecei eu não tinha muitas expectativas, só queria algum lugar onde eu e minha banda pudéssemos ir, mas o evento acabou virando essa grande noite para a qual as pessoas viajam de toda a Europa para participar, e muita gente interessante de Birmingham que eu nunca conheci aparece. Birmingham sempre fica ignorada atrás de Londres, Liverpool e Manchester, mas tem algumas bandas incríveis como Black Sabbath, The Idle Race, e as do Roy Wood (The Move e ELO) e alguns lugares ótimos como o clube Mothers que ficam esquecidos.

Fale sobre os futuros lançamentos. O que o público pode esperar?
Joey: Bem, estamos trabalhando com um ótimo selo chamado HeviSike. Esperamos lançar um 7’’ e depois, no começo de outubro, devemos lançar nosso primeiro EP 7” com quatro faixas e um single Double A-Side (single no qual nenhuma das faixas é considerada como “secundária” ou “B”) que estará disponível para compra tanto pelo nosso Facebook quanto pelo site da HeviSike.


The Exploding Sound Machine é composta por:

Joey - Guitarra/Voz
Ed - Guitarra/Backing Vocals
Sarah - Orgão/Backing Vocals
Lewis - Baixo
Simon - Bateria