sábado, 20 de dezembro de 2014

Follow The Sea: "Fita cassete faz as coisas mais interessantes. É difícil pular músicas"

Foto: Facebook Follow The Sea

As reuniões das bandas My Bloody Valentine, Slowdive e Ride coincidem com uma notável renovação do shoegaze. Elas talvez não saibam o quanto continuam a inspirar muitos jovens músicos. Novas bandas de todas as partes emergem todos dias no universo da internet, conectando-se com ouvintes ao redor do mundo, como é o caso do duo sueco Follow The Sea, que com apenas uma guitarra consegue soar tão shoegaze e noise quanto os melhores. Eles estrearam com o EP digital e independente 'Follow The Sea' em julho de 2013 e atualmente estão divulgando o segundo EP, 'Sibirien', via Moon Sounds Records, um selo dos Estados Unidos com o qual fizeram contato por correio. A seguir, a entrevista com o vocalista e guitarrista Erik Solfeldt.

Como surgiu o Follow The Sea?

Eu tinha escrito algumas canções dream pop e Magnus me ajudou a gravá-las. Nós percebemos que elas eram muito boas e quisemos tocar shoegaze como um duo. 

'Canções pop com elementos de distorção e melancolia escandinava'. Comente, especialmente a última parte.

Em Novembro nós tivemos 5 horas de sol. O restante foi só nuvem e chuva. São 5 horas por dia de sol, o restante é pura escuridão. Na nossa música há um sentimento de nostalgia, de sonhar com um outro momento, um outro dia, uma outra estação, tanto quanto em grande parte da música escandinava.

Do seu ponto de vista, há uma cena neo-shoegaze na Suécia?

Não, não há muita música shoegaze na Suécia, não mesmo, infelizmente. Existem algumas ótimas bandas e artistas mas nós não chamaríamos isso de cena. A sonoridade shoegaze tem começado a se tornar pop com reverb vocals e um tipo de electro dream pop que chamamos de 'pop de penas', porque quando estão se apresentando sempre usam penas de pássaros. Então pode haver uma cena em breve, quem sabe. 

Como aconteceu o contato com o selo norte-americano?

A Moon Sounds Records tem bandas como Dead Leaf Echo e Ceremony no seu casting, ambas ótimas bandas que nós ouvíamos então enviamos a eles uma demo, no modo antigo, via correio. E eles gostaram.

Foto: Facebook Follow The Sea
Na sua opinião, quais elementos podem existir na nova música shoegazing que representem mais do que uma reprodução do que veio antes?

Ótima pergunta! Muitas bandas shoegaze tem realmente sonoridades únicas.  O gênero é divertido porque não há muitas regras, há somente uma estética e uma atitude, mas realmente é tudo diferente. Existem muitas influências diferentes vindas de todas as partes, então cada banda que traz uma nova influência traz algo novo. 

Finalmente, por que vocês decidiram lançar o EP também no formato cassete?

Fita cassete é divertida. A música [atualmente] está muito acessível, é fácil só ouvir o que você acha que é melhor ou mais interessante, ou simplesmente o que está mais disponível. A fita cassete e o vinil fazem as coisas mais interessantes. É um pouco desafiador para o ouvinte. É difícil escolher ou pular músicas. Você tem que aceitar o que o artista te dá, o que te força a relaxar e se concentrar na música. 



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