terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Os Melhores de 2014 / The Best of 2014

A lista do STV, feita com a colaboração de Adeson Moraes, apresenta dez discos considerados como os melhores de 2014. Ela abrange bandas grandes e pequenas, desde artistas com muitos anos de carreira a estreantes, bandas com gravadora e sem, álbuns cheios e EPs com poucas faixas, discos que saíram em formato físico (vinil, CD e até cassete) ou só no digital. Esta lista não tem pretensão de classificar por qualidade, por esse motivo os discos aparecem de acordo com a data de lançamento.















Upside Out Inside Down - Black Market Karma | 24 de janeiro, Flower Power Records

Os londrinos chamaram a atenção pela discografia já notável (cinco discos) em apenas três anos de banda. O melhor é que nesse caso quantidade e qualidade caminham lado a lado. Eles passeiam entre o shoegaze e a psicodelia, mas já flertaram com o grunge no início. Poderosas influências musicais combinadas com criatividade própria resultaram em uma das melhores bandas da moderna psicodelia. Ouça: http://goo.gl/f9hnwD

ChambersLorelle Meets The Obsolete  | 03 de março, Captcha Records

Disco devastador e insano. Lorelle Meets The Obsolete faz um grande estrago, no bom sentido. Uma das maiores revelações do México. Entregue-se ao caos.
Ouça: http://captcharecords.bandcamp.com/album/chambers 













Live Versions - Tame Impala | 19 de abril, Modular Recordings 

A australiana Tame Impala predomina como a mais brilhante banda neo-psicodélica da atualidade. Seu primeiro disco ao vivo traz nove faixas, entre elas a instrumental e inédita 'Sestri Levante'. O registro é de um show em Chicago em 2013. Originalmente foi um lançamento limitado a 5 mil cópias em vinil no Record Store Day, mas vendeu tão rápido que a gravadora decidiu manter no catálogo. Ouça: http://spoti.fi/1gMUUNE

NemureDead Mantra | 22 de setembro, Cranes Records

Grande revelação e um dos discos mais ouvidos neste ano. Os franceses da Dead Mantra fazem uma mescla shoegazing e pós-punk perfeita que leva o ouvinte ao delírio. Disco essencial de 2014. Ouça: http://thedeadmantra.bandcamp.com/album/nemure













The Best Day - Thurston Moore | 21 de outubro, Matador Records 

Seu segundo disco solo pós-Sonic Youth não é exatamente uma novidade. Destoa quase completamente do disco anterior, 'Demolished Thoughts', no qual Moore explorou uma faceta acústica. 'The Best Day' soa tão noise quanto o que ele praticou antes no Sonic Youth, tendo agradado muito aos fãs e à imprensa especializada. Ouça: 




Home Everywhere - Medicine | 28 de outubro, Captured Tracks

Um dos ícones do noise/shoegaze/wall of sound de volta com mais um disco grandioso após 20 anos dispensa comentários. Ouça: https://soundcloud.com/capturedtracks/turning













The Only One - Static Daydream | 28 de outubro, Moon Sounds Records

Eis um dos artistas mais admiráveis e respeitáveis, o mestre Paul Baker do lendário Skywave, do Ceremony, e agora com um novo projeto chamado Static Daydream. 'The Only One' é um EP com 4 faixas, porém não poderia ficar de fora pois cada uma delas é uma obra-prima do noise/shoegaze. Ouça: http://moonsoundsrecords.bandcamp.com/album/the-only-one




The Tower of Foronicity - Singapore Sling | 15 de novembro, Fuzz Club Records

Os mestres da atualidade da gélida Islândia quando o assunto é noise, psicodelia e tudo o que pode ser "doentio" no mundo da música. Singapore Sling dispensa comentários para os já iniciados. Ouça: http://fuzzclub.bandcamp.com/album/the-tower-of-foronicity














Sibirien - Follow The Sea | 18 de novembro, Moon Sounds Records 

Aprendemos com o Follow The Sea, da Suécia, que shoegaze pode ser feito por um duo (uma guitarra e uma bateria) e que, uma vez disseminado mundo afora, o gênero pode incorporar traços culturais locais adquirindo assim maior originalidade. 'Sibirien' é um EP com 4 faixas.













The Smoke is Rising - Great Black Night | 16 de dezembro, Independente

Os norte-americanos da Great Black Night foram a agradável surpresa para fechar bem 2014. Um sexteto shoegaze/dream pop com sonoridade envolta em guitarra/baixo/bateria, claro, mas também em piano, violino e violoncelo. 'The Smoke is Rising' é um EP com 3 faixas e marca a estreia da banda. Ouça: http://gbnlovesyou.bandcamp.com/album/the-smoke-is-rising-e-p

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Rival Revolution: "Amo a ideia de expressar emoção sem utilizar letra"

Jack Kempton é um músico da cidade de Colchester, Inglaterra, e é também o fundador da Rival Revolution. O ponto interessante é que Rival Revolution foi formado por apenas um homem - Jack. Aos 23 anos de idade, ele gosta de seguir um estilo musical diferente, sua música é instrumental. Escutar as músicas do início ao fim é mais do que apenas ouvir música, o som de Rival Revolution vai fazer você se sentir e digerir cada nota musical, desencadeada por acordes de guitarra ou pelo dedilhado de um violão. À frente do Rival Revolution desde a sua criação em 2012, Jack nos contou um pouco sobre sua carreira.

por Camila Borges


Foto: Facebook Rival Revolution
Quem é Jack?
Eu cresci em Londres, a cerca de uma hora de distância de onde eu vivo atualmente e sempre quis fazer algo um pouco "diferente" do que os outros estão fazendo. Gosto de ir contra a corrente.

Como você começou essa experiência com a música?
Eu comecei a tocar guitarra há alguns anos, era algo que eu realmente queria aprender a tocar. Eu, então, pratiquei por horas a cada dia para melhorar e chegar ao nível que eu estou agora. Eu estudei música na faculdade, lugar onde eu comecei a escrever minhas próprias músicas e também aprendi muitas das técnicas de produção que uso atualmente.

Quando você decidiu que queria ser músico?
Universidade! Embora eu fui lá para ter mais conhecimento de produção de música, a faculdade foi meu início como músico e foi o lugar onde Rival Revolution nasceu!

Quais são suas influências musicais?
Alguns guitarristas como Jimi Hendrix e Rory Gallagher são enormes influências para mim, o que ambos podem fazer em uma guitarra é incrível! Mark Tremonti, de Alter Bridge, também é uma grande influência, e você não pensaria nisso, mas eu também sou um grande fã de Avril Lavigne! Algumas das minhas músicas são inspiradas por ela!

Qual é o seu instrumento musical favorito?
Embora eu adorar a guitarra, eu sou um grande fã dos tambores! E baterias também.

Sua música é instrumental, o que te fez escolher este estilo de música?
Eu amo a ideia de ser capaz de expressar emoções ou significado através de uma canção sem o uso de letras, e que não há nenhuma linguagem de barreira para impedir as pessoas de compreender qualquer uma das minhas músicas. Eu também gosto do fato dela ser única, o que significa que se destacam - eu mencionei anteriormente sobre "ir contra a corrente", este é um puro exemplo disso.

Explique o nome de sua banda
Há um monte de significado por trás do nome - que é uma longa história em si - mas em termos curtos, eu gosto da ideia de uma revolução e levantar-se para o que você acredita que é certo. Eu certamente não gosto 'caras de terno' - como os políticos - recebendo seu destino o tempo todo.

Qual é o seu estilo musical?
Rock Instrumental! E também riffs rápidos de hard rock a músicas mais lentas, espaçadas, místico, canções descontraídas, então há algo lá para todos.

Qual é o seu filme favorito?
O Prestige! É um filme sobre a magia, e meu mais novo álbum 'Illusions' é fortemente inspirado pelo filme! O principal tema do álbum é que o filme de fato!

Qual das suas músicas é a sua favorita?
"Shadows of August" do meu EP 'While The World's Asleep' e também "The Big Bang Rumour" do meu novo álbum.

Qual é o seu maior sonho?
Gostaria de ter uma base de fãs estável e fazer shows regulares! Eu tenho sorte de já ter fãs tão incríveis, mas eu gostaria de estar em um próximo nível e jogar em lugares maiores, isso seria uma recompensa enorme para todo o meu trabalho duro.

Se você fosse uma cor, que cor você seria e por quê?
Verde-limão! Porque certamente se destaca e é diferente!

O que você diria para seus fãs no Twitter e no Facebook?
Obrigado! Obrigado por todo o apoio encantador! Desde os fãs que eu tive desde o primeiro dia, para os fãs mais recentes. Vocês são incríveis e eu não poderia fazer isso sem você e sem o seu apoio maravilhoso!

Illusions (2014)

Rival Revolution: "I love the idea of expressing emotion without any lyrics”

Jack Kempton is a musician from the town of Colchester, England, and is the founder of Rival Revolution. The interesting point is that Rival Revolution was formed by only one man - Jack. At 23 years old, he likes to follow a different musical style - his music is instrumental. Listening to songs from start to finish is more than just listening to music, Rival Revolution songs will make you feel and digest each musical note, unchained by guitar chords or by the guitar fingering. Ahead of Rival Revolution since its inception in 2012, Jack told us a little about his career.

por Camila Borges

Rival Revolution Facebook Page
What's your name. Age. City and Country where you live.
I'm Jack. I'm 23 and I live a little outside Colchester in England.

Who is Jack?
I grew up in London, about an hour away from where I currently live, and have always wanted to do something slightly 'different' from what others are doing. I enjoy going against the grain.

How did you begin this experience with music?
I started playing guitar a few years ago, as it was something I really wanted to learn to play. I then practised for hours each day to improve and to get to the level I am at now. After I had been playing for a few years and was at a reasonable level, I studied music at college, which is where I first started writing my own songs and how I learnt many of the production techniques I currently use.

When did you decide you wanted to be a musician?
College! Although I went there to get more knowledge of music production, college was the beginning of myself as a performer and it was the place where Rival Revolution was born!

What are your musical influences?
Guitar focussed players like Jimi Hendrix and Rory Gallagher are huge influences on me, what they can both do on a guitar is incredible! Mark Tremonti from Alter Bridge is also a big influence on me, and you wouldn't think it, but I'm also a huge Avril Lavigne fan! Some of my songs are inspired by her!

What is your favorite musical instrument?
Although I play guitar, I am a big fan of the drums! ..And drum solos..and drummers!

Your music is instrumental, what made you choose this style of music?
I love the idea of being able to express emotion or meaning through a song without using any lyrics, and that there is no language-barrier to stop people from understanding any of my songs. I also like that it's unique which means I stand out - I mentioned earlier about 'going against the grain', this is a pure example of that.

Explain the name of your band
There is a lot of meaning behind the name - which is a long story in itself - but in short terms, I like the idea of a revolution and standing up for what you believe is right. I certainly don't like 'guys in suits' - such as politicians - getting their way all the time.

What is your musical style?
Instrumental Rock! I vary from fast hard-rock riffs to slower, spaced out, mystic, relaxed songs, so there's something there for everyone.

What is your favorite movie?
The Prestige! It's a film about magic, and my newest album 'Illusions' is heavily inspired by the film! The main theme of the album is that film in fact!

Which of your songs is your favourite?
"Shadows of August" from my EP 'While The World's Asleep'. A close second is "The Big Bang Rumour" from my newest album.

What is your biggest dream?
To have a steady fan-base and play regular gigs! I am lucky enough to already have such amazing fans, but if I can take it to the next level and play in bigger venues, that would be a massive reward for all of my hard work.

If you were a color, what color would you be and why?
Lime green! Because it certainly stands out and it's different!

What would you say to your fans on Twitter and Facebook?
Thank you! Thank you for all of the lovely support! From the fans I've had since day one, to the newer fans who have only recently discovered me. You guys are awesome and I couldn't do this without you and without your wonderful support!

Illusions (2014)

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Músicas inéditas marcam despedida da banda Inverness

Divulgação

A banda paulistana Inverness anunciou hoje via Facebook sua despedida. Para marcar a ocasião, a banda lançou duas faixas inéditas, "Thank You" e "Heart Coils", em agradecimento a todos os seus fãs e apoiadores. A Inverness lançou três discos: 'Forest Fortress' (2009), 'Somewhere I Can Heart My Heart Beating' (2010) e 'Ivana' (2012).


Mais sobre Inverness: 
songs-to-valentina.blogspot.com.br/search/label/inverness


sábado, 20 de dezembro de 2014

Follow The Sea: "Fita cassete faz as coisas mais interessantes. É difícil pular músicas"

Foto: Facebook Follow The Sea

As reuniões das bandas My Bloody Valentine, Slowdive e Ride coincidem com uma notável renovação do shoegaze. Elas talvez não saibam o quanto continuam a inspirar muitos jovens músicos. Novas bandas de todas as partes emergem todos dias no universo da internet, conectando-se com ouvintes ao redor do mundo, como é o caso do duo sueco Follow The Sea, que com apenas uma guitarra consegue soar tão shoegaze e noise quanto os melhores. Eles estrearam com o EP digital e independente 'Follow The Sea' em julho de 2013 e atualmente estão divulgando o segundo EP, 'Sibirien', via Moon Sounds Records, um selo dos Estados Unidos com o qual fizeram contato por correio. A seguir, a entrevista com o vocalista e guitarrista Erik Solfeldt.

Como surgiu o Follow The Sea?

Eu tinha escrito algumas canções dream pop e Magnus me ajudou a gravá-las. Nós percebemos que elas eram muito boas e quisemos tocar shoegaze como um duo. 

'Canções pop com elementos de distorção e melancolia escandinava'. Comente, especialmente a última parte.

Em Novembro nós tivemos 5 horas de sol. O restante foi só nuvem e chuva. São 5 horas por dia de sol, o restante é pura escuridão. Na nossa música há um sentimento de nostalgia, de sonhar com um outro momento, um outro dia, uma outra estação, tanto quanto em grande parte da música escandinava.

Do seu ponto de vista, há uma cena neo-shoegaze na Suécia?

Não, não há muita música shoegaze na Suécia, não mesmo, infelizmente. Existem algumas ótimas bandas e artistas mas nós não chamaríamos isso de cena. A sonoridade shoegaze tem começado a se tornar pop com reverb vocals e um tipo de electro dream pop que chamamos de 'pop de penas', porque quando estão se apresentando sempre usam penas de pássaros. Então pode haver uma cena em breve, quem sabe. 

Como aconteceu o contato com o selo norte-americano?

A Moon Sounds Records tem bandas como Dead Leaf Echo e Ceremony no seu casting, ambas ótimas bandas que nós ouvíamos então enviamos a eles uma demo, no modo antigo, via correio. E eles gostaram.

Foto: Facebook Follow The Sea
Na sua opinião, quais elementos podem existir na nova música shoegazing que representem mais do que uma reprodução do que veio antes?

Ótima pergunta! Muitas bandas shoegaze tem realmente sonoridades únicas.  O gênero é divertido porque não há muitas regras, há somente uma estética e uma atitude, mas realmente é tudo diferente. Existem muitas influências diferentes vindas de todas as partes, então cada banda que traz uma nova influência traz algo novo. 

Finalmente, por que vocês decidiram lançar o EP também no formato cassete?

Fita cassete é divertida. A música [atualmente] está muito acessível, é fácil só ouvir o que você acha que é melhor ou mais interessante, ou simplesmente o que está mais disponível. A fita cassete e o vinil fazem as coisas mais interessantes. É um pouco desafiador para o ouvinte. É difícil escolher ou pular músicas. Você tem que aceitar o que o artista te dá, o que te força a relaxar e se concentrar na música. 



quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Follow The Sea: "Cassette tape makes things more interesting. It's hard to skip songs"

Follow The Sea Facebook Page

The reunions of My Bloody Valentine, Slowdive and Ride coincide with a remarkable renewal of shoegaze. They may not know how continue to inspire lots of young musicians. New bands arise every day from everywhere in the internet universe, connecting with listeners around the world, such as the Stockholm-based duo Follow The Sea who with just one electric guitar sounds as shoegazing & noise as the greatest of these genres. Their first EP, digital and self-released, called just 'Follow The Sea' came out in July 2013. Currently the Swedes are promoting their second EP, 'Sibirien', via Moon Sounds Records, a record label from the U.S. which they have contacted by postal service. Following, an interview with the singer and guitarist Erik Solfeldt.

How did Follow The Sea arise?

I had written some dream-pop songs and Magnus helped me to record them. We realized they were really good and wanted to take a shot at playing shoegaze as a two-piece band.

'Pop songs with elements of fuzzy droning and Scandinavian melancholy'. Comment it, especially the last part.

In November we had 5 hours of sun. The rest was all clouds and rain. And there is like 5 hours each day that the sun is even up, the rest is pure darkness. There is an element of longing, of dreaming of another time, another day, another season in our music as well as in a lot of Scandinavian music.

From your point of view, is there a neo-shoegaze scene in Sweden?

No, there's not much gaze music in Sweden at all sadly. There's a couple of really good bands and artists but we wouldn't call it scene. The shoegaze sound has started to make it into mainstream pop (reverb vocals, kind of electro dream pop, we call it feather pop, 'cause when they play live they're always wearing birds feathers). So there might be one soon, who knows.


Follow The Sea Facebook Page
How did the contact with the US label happen?

Moon Sounds Records have bands on their roster like Dead Leaf Echo and Ceremony both great bands that we listen to, so we sent them a demo, "old school style" regular post service. And they liked it.

In your opinion, which elements might exist in new shoegazing music that represent more than a reproduction of what came before?

Good question! A lot of shoegaze band have really unique sounds. The genre is fun because there’s not a lot of rules, there’s just an aesthetic and an attitude but really it’s all different. There are a lot of different influences coming in from all over so each band that brings in a new influence brings something new.

Finally, why did you decide to release the new EP also in cassette tape?

Cassette tape is fun. Music is so easily accessed, it’s easy to just listen to what you think is best or most interesting or just what is most available. Cassette tape and vinyl make things more interesting, and a bit challenging for the listener. It’s hard to pick and choose songs or skip songs. You have to accept what the artist gives you, which forces you to relax and concentrate on the music.




Next shows:

Dec 19
The Southside Cavern
Stockholm, Sweden

Dec 28
Meschi
Dresden, Germany

Dec 31
Trøjborg Beboerhus
Aarhus, Denmark