Fate é o nome do recém-lançado álbum da banda italiana post-punk revival Soviet Soviet. O primeiro EP, Summer, Jesus, é de outubro de 2011 e traz ótimas faixas como "Aztec Aztec", "Contradiction", "Human Nature" e "Prince, Prostitutes". A banda é mais uma que já abriu shows para o A Place To Bury Strangers, o que tem parecido ser um atestado de competência para várias bandas atuais identificadas com pós-punk. Não deixe de ouvir "1990", "Introspective Trip" e "Hidden" do álbum Fate. Soviet Soviet é pós-punk pulsante sem deixar nada a desejar.
terça-feira, 31 de dezembro de 2013
What You Are Looking For: Sonic Jesus
Outra fina flor psicodélica regada a post-punk, krautrock e alguma dose de shoegaze que nos chega via Fuzz Club Records. Sonic Jesus é da Itália e teve sua estreia com o EP de mesmo nome em outubro de 2012, além de participações nas coletâneas The Reverb Conspiracy, parceria entre a gravadora e a The Reverberation Appreciation Society (a.k.a. Austin Psych Fest). Mesmo com apenas um EP, com certeza já se pode dizer que Sonic Jesus é uma das melhores sonoridades da recente cena.
What You Are Looking For: Dead Skeletons
Com a Dead Skeletons, música, artes visuais e misticismo são uma coisa só. Dead Magick (A Records, 2011) marcou a estreia da banda de Reykjavík, Islândia, impulsionada pelo single "Dead Mantra". Seguiram em frente com o suporte do selo Fuzz Club, muito bem intencionado junto a novas bandas experimentais inspiradas por pós-punk, shoegaze, psicodelia e afins (a mesma de Sonic Jesus, Underground Youth e Lucid Dream). Pela Fuzz, eles lançaram o single Buddha-Christ em dezembro de 2012. Atualmente, estão preparando o segundo disco. Por trás de toda a obsessão por caveiras existe uma filosofia: "Quem teme a morte não consegue aproveitar a vida".
1. Dead Mantra
2. Om Mani Peme Hung
3. Kingdom Of God
4. Psychodead
5. Get On The Train
6. Dead Magick I
7. Ask Seek Knock
8. Ljósberinn
9. Lifðu! /Live!
10. When The Sun Comes Up
11. Yama
12. Dead Magick II
What You Are Looking For: Has A Shadow
Has A Shadow é de Guadalajara, México. A banda de Victor Garay, Rodolfo Samperio e Daniel Garciano lançou Sky Is Hell Black - cantando em inglês, não custa frisar -, em novembro deste ano via Captcha Records. Post-punk revival de ótima qualidade com doses de shoegazing. Não deixe de ouvir ""Poison In Me", "Sky Is Hell Black", "Don't" e "Can't Stop The Fall".
What You Are Looking For: The KVB
James D Kelly |
Nicholas Wood e Kat Day formam o The KVB, de Londres. A estreia foi em 2010 com The Black Sun. Em fevereiro de 2012 veio Always Then e, um ano depois, Immaterial Visions. Entre os dois álbuns, lançaram o EP Into The Night (2011). Ainda em 2013, com um intervalo de apenas 10 meses do lançamento de Immaterial Visions, The KVB lançou outro disco, Minus One. Encharcada em distorção, muitas vezes lembra A Place To Bury Strangers, mas não tira seu mérito de ser um boa banda shoegaze/post-punk revival.
What You Are Looking For: DIIV
Zachary Cole Smith encabeça a DIIV, de Nova Iorque. Originalmente nomeada Dive, referência à música do Nirvana presente no disco Incesticide (Geffen, 1992), surgiu em 2011 como projeto solo de Zachary, então guitarrista da banda Beach Fossils. Após alguns singles, a gravadora Captured Tracks resolveu lançar mais material do DIIV e assim veio o excelente Oshin (2012), com 13 faixas imersas em pós-punk/dream pop. A maturidade de Oshin não condiz com aparência grunge-desleixada e a pouca idade aparente dos integrantes. Zachary deixou a Beach Fossils e segue com o DIIV, que deve lançar novo material em 2014. Não deixe de ouvir "Doused", "Wait" e "How Long Have You Known?".
segunda-feira, 30 de dezembro de 2013
What You Are Looking For: The Black Waves
Parece que a psicodelia moderna atingiu com maior intensidade os europeus, embora fora daquele continente existam importantes e fantásticas exceções, como é o caso do Tame Impala (Austrália) e do The Black Angels (EUA), nesta ordem. Mas voltando à Europa, é a vez de The Black Waves, da França. Fundada em 2008, o primeiro EP foi lançado somente em 2011 e o álbum de estreia, Thousands of Visions, em setembro de 2013. Não deixe de ouvir "Full-Time Dreamers", "1000 Miles Away" e "Electric Waves". O álbum com 14 faixas resultantes das influências de My Bloody Valentine, Jesus And Mary Chain, Velvet Underground, Pink Floyd, Warlocks e até dos contemporâneos Black Angels, está disponível para audição via SoundCloud oficial da banda (ouça no player abaixo).
What You Are Looking For: The Telewire
De Austin (Texas, EUA) vem The Telewire. Stephen Thurman, o sujeito que compõe, toca e grava tudo sozinho, é um gênio solitário do shoegaze/spacerock que desde 2011 não para de lançar discos. No total já são cinco lançamentos: o debut autointitulado com 11 faixas e mais 4 EPs. Não deixe de ouvir a viciante "There Are Just Too Many". Em abril de 2013, Thurman lançou o ótimo Everything Over My Head com 6 faixas (ouça abaixo).
What You Are Looking For: The Lucid Dream
The Lucid Dream terminou 2013 com agenda cheia de shows pela Europa, abrindo até para A Place To Bury Strangers, banda que este blog adora, e Dead Skeletons, banda que este blog descobriu este ano e que entrou instantaneamente para a lista das mais queridas. Com influências que vão desde Spacemen 3, The Jesus and Mary Chain, The Velvet Underground, The Brian Jonestown Massacre e Neu! até The Ronettes, The Verve e Mazzy Star, os britânicos também integram o casting da Fuzz Club Records (assim como a Dead Skeletons), bem como aparecem na coletânea The Reverb Conspiracy, parceria entre o Austin Psych Fest e a gravadora. Aqui, o EP Erbistock Mill (2010), o disco de estreia Songs of Lies and Deceit, lançado em agosto de 2013, e os vídeos de "Hits Me Like I'm Stoned" e "Love In My Veins". Aprecie.
domingo, 29 de dezembro de 2013
What You Are Looking For: bye!
Archie Moore é a mente criativa por trás do bye!, que começou lançando o EP Chemtrail Surfer (2011). No começo de 2013, Moore lançou Dreamshit Surfer, uma compilação de gravações feitas entre 1999 e 2012, a maioria delas caseiras. Moore é ex-integrante de bandas indie norte-americanas como Velocity Girl e Black Tambourine, das quais vem também alguns de seus colaboradores recentes. A primeira alcançou relativa notoriedade tendo assinado com o selo Sub Pop nos anos 1990 durante a febre Grunge, enquanto a Black Tambourine é até hoje uma das maiores referências de indie pop (twee pop). Sua música soa, em parte, caótica e despretensiosa, além de shoegazing em alguns casos. Destaques para "Incidental Music", "Your Body Is A Water Park", "ABC XYZ" e "Everything Is Okay", do álbum Dreamshit Surfer (2013).
sexta-feira, 15 de novembro de 2013
Entrevista | Quatro perguntas para a banda Amida de Manchester (Reino Unido)
Divulgação / Site Amida |
por Talita Lima
Como é ser um representante da música feita em Manchester, uma cidade associada à banda The Smiths, por exemplo?
John Ammirati: Há um tipo de prestígio. Mas Manchester é uma cidade muito apaixonada com o seu passado e a lenda local é que a música morreu [na cidade] com o fechamento do Hacienda [clube de música] em 1997.
O que você acha do modo como as bandas compartilham suas músicas hoje em dia? Com a internet e as mídias sociais… tudo ficou mais fácil?
John: Alguém duvida de que a internet é totalmente um presente para bandas e outros narcisistas? Junte a isso as gravações caseiras e a vida quase parece que vale muito a pena ser vivida.
"Alguém duvida de que a internet é totalmente um presente para bandas e outros narcisistas?"
Vocês se sentem mais influenciados pelo britpop dos anos 90 ou dos anos 2000?
John: Acho que nós todos nos contorcemos um pouco ao ouvir a palavra “indie” porque é sinônimo de muitas bandas péssimas com cortes de cabelo ruins. Mas há muito o que amar das últimas décadas. Acho que ser influenciado por seus contemporâneos é a maior gafe.
"Acho que nós todos nos contorcemos um pouco ao ouvir a palavra “indie” porque é sinônimo de muitas bandas péssimas com cortes de cabelo ruins."
É fácil observar que muitas de suas canções não têm nem dois minutos… comente sobre isto.
John: Normalmente nós não sabemos quanto tempo as músicas terão até gravá-las, e nós nos cumprimentamos quando temos uma canção que dura mais do que dois minutos. Um dia lançaremos uma música com quatro minutos, eu juro por Deus. Eu juro por Cristo.
Ouça o novo EP Are You On Fire?
Amida foi fundada em 2002 por John Ammirati e Andrew Beswick. Os membros atuais são: John Ammirati (voz e guitarra), Andrew Beswick (guitarra), Scott Challinor (bateria), James Aran Cooper (baixo) e Sebastian Hood (teclado e voz).
Ouça a discografia da banda Amida aqui: https://amidamusic.bandcamp.com/
terça-feira, 12 de novembro de 2013
Interview | Four questions to Amida from Manchester (UK)
by Talita Lima
How is it being an exponent of music made in Manchester, a city associated with The Smiths, for example?
John Ammirati: There is a kind of vaporous prestige to it. But Manchester is a city very much in love with its past, and local legend has it that music died with the close of the Hacienda [nightclub] in 1997.
What do you think about the way bands share their music in these days? With the web, the social media... did everything become easier?
John: Does anyone doubt that the internet is a total gift for bands and other narcissists? Couple that with home-recording and life almost seems worth living.
"Does anyone doubt that the internet is a total gift for bands and other narcissists?"
Do you feel more influenced by indie and britpop from the 90s or from the 2000s?
John: I think we all squirm a little bit at the word "indie", because it's synonymous with so many awful bands and bad haircuts. But there's a lot to love from the past few decades. Though I think being obviously influenced by your contemporaries is a major faux pas.
"I think we all squirm a little bit at the word 'indie', because it's synonymous with so many awful bands and bad haircuts."
It's easy to note that many of your songs have not even two minutes... comment on this.
John: We usually don't know how long the songs are until we record them, and we high-five each other when we have a song that's longer than 2 minutes. One day we'll release a 4 minute song, I swear to God. I swear to Christ.
Listen to the new EP Are You On Fire?
Amida was founded in 2002 by John Ammirati and Andrew Beswick. The current members are: John Ammirati (vocals and guitar), Andrew Beswick (guitar), Scott Challinor (drums), James Aran Cooper (bass) and Sebastian Hood (keyboard and vocals).
Listen to Amida's discography here: https://amidamusic.bandcamp.com/
quinta-feira, 31 de outubro de 2013
Haveria cena alternativa sem Lou Reed e os Velvet Underground?
| Talita Lima |
Sem Lou Reed e os Velvet Underground, talvez praticamente nada do que conhecemos de rock indie e alternativo existiria hoje. The Velvet Underground & Nico, de 1967, apesar do despeito provocado pela presença icônica de Nico, é um disco seminal e marco absoluto do gênero alternativo. Não fossem a criatividade, experimentações e ousadia de temas realizadas pelos vanguardistas do Velvet, os reis do noise Sonic Youth talvez não teriam existido, talvez nem David Bowie, como o conhecemos no auge da carreira, existiria. A influência deste senhor, com fama de ser pouco amigável com os que ousavam entrevistá-lo, tem atravessado gerações, passando até por aquele neo-indie dos anos 2000, encabeçado pelos Strokes, chegando a bandas que hoje despontam no cenário da psicodelia moderna ou neo-psychedelia. Transformer, de 1972, é outro marco na carreira de Reed - agora como artista solo - cuja produção foi assinada por ninguém menos que seu confesso admirador David Bowie.
No domingo, 27 de outubro, dia de seu falecimento, foi publicada uma imagem nos perfis do músico em redes sociais com uma foto sua colada em uma porta cuja legenda era, exatamente, “The Door”. Justo. Reed foi a porta de entrada para o que de melhor se produziu no rock alternativo desde os Velvet - e também no punk rock. O Nirvana, maior ícone alternativo dos anos 90, gravou uma bela versão para a canção “Here She Comes Now”. Reed já escrevia e lançava músicas com letras subversivas no ano em que Kurt Cobain nasceu.
Lou Reed, apesar da idade - 71 anos - e com um grave problema no fígado, não estava afastado da cena musical, tampouco tinha se tornado aquele tipo de artista cultuado mas recluso. Teve inclusive passagem recente pelo Brasil, lançou um álbum com o Metallica em 2011 (Lulu) e tinha várias apresentações agendadas mas que tristemente já vinham sendo canceladas. Da mesma forma que não consigo pensar em nada que tenha sido mais importante do que The Jesus And Mary Chain para o surgimento do shoegaze, não consigo pensar em nada mais influente para o rock alternativo do que Lou Reed e os Velvet Underground. Seria exagero dizer que Reed e os Velvet inventaram o rock alternativo? Obrigada, Lou Reed, por sua música, sua história e seu legado à cena alternativa.
Jean Baptiste |
R.I.P
Lou Reed
1942-2013
quarta-feira, 30 de outubro de 2013
#Shoegaze #PsicodeliaModerna #Indie: vem aí a Melody Maker Party
Idealizada pelo DJ e produtor Berns, a festa Melody Maker faz sua reestreia na noite da capital paulista no dia 9 de novembro, no Purgatorium 90 (Rua Augusta nº 552). Com discotecagem dos DJs Marcelo Magoo e Plinio Cesar, Melody Maker promete revigorar a cena musical paulistana trazendo ao público o melhor do rock alternativo e indie, nas vertentes shoegaze, britpop, guitar bands e psicodelia moderna.
Berns concebeu a festa Melody Maker inspirando-se no seminal periódico londrino de mesmo nome, integrado ao (não menos importante) semanário indie/alternativo “New Musical Express” desde os anos 2000.
Conheça os DJs da festa*DJ Berns - Nos anos 90, foi proprietário e DJ das lendárias casas noturnas “Inspiral” e “Disco B” e que desde 2004 é um dos responsáveis pelas discotecagens do “Matrix”.
DJ Plinio Cesar - Grande responsável pelo som das pistas das lendárias casas “Armagedon”, “Urbania”, “Rock House” e “Espaço Retrô”
DJ Marcelo Magoo - Além de várias discotecagens em casas noturnas e festas desde os anos 90, há 1 ano é responsável por manter o público muito bem informado sobre as novidades musicais e clássicos alternativos no programa “Explicit Guitar”, da web radio “Vinil FM” e é totalmente dedicado à cena shoegaze, britpop, guitar bands e psicodelia moderna.
*A cada nova edição, a festa contará também com DJs convidados.
Melody Maker Party
Data: 9 de novembro (Sábado)
Local: Purgatorium 90 - Rua Augusta, 552 - Consolação - São Paulo
Horário: 23h00 às 06:00
Preço: R$10 a R$30
Fan Page: https://www.facebook.com/MelodyMakerParty
Local: Purgatorium 90 - Rua Augusta, 552 - Consolação - São Paulo
Horário: 23h00 às 06:00
Preço: R$10 a R$30
Fan Page: https://www.facebook.com/MelodyMakerParty
quinta-feira, 10 de outubro de 2013
The Jesus And Mary Chain: box com discografia completa celebra os 30 anos de banda
Divulgação |
The Jesus And Mary Chain anunciou esta semana que, em comemoração ao 30º aniversário da banda, lançará um box com não menos do que todos os seis discos de estúdio remasterizados, mais as gravações ao vivo da BBC, um disco com raridades e b-sides cujas faixas serão escolhidas pelos fãs, além de um livro com entrevistas e fotografias. A previsão de lançamento da caixa comemorativa é o dia 13 de dezembro. Para votar nas músicas que irão compor o LP, clique aqui.
Some Candy Talking
I'm going down to the place tonight
To see if I can get a taste tonight
A taste of something warm and sweet
That shivers your bones and rises to your heat
I'm going down to the place tonight
The damp and hungry place tonight
Should all the stars shine in the sky
They couldn't outshine your sparkling eyes
But it's so hard to be the one
To touch and tease and to do it all for fun
But it's too much for a young heart to take
Cause hearts are the easiest things you could break
And I talk to the filth and I walk to the door
I'm knee deep in myself
But I want to get more of that stuff
Of that stuff
Some candy talking
Talk
And I want
And I want
Some candy talking
Some candy talk
I love the way she's walking
I love the way she's talking
It's just the way she's walking
It's just the way she's talking
And I need
All that stuff
Give me some
Of that stuff
I want your candy. I want your candy
And I need
Give me some
Of your stuff
Give me some
I want your candy. I want your candy.
I want your candy. I want your candy.
I want stuff
♥
quarta-feira, 2 de outubro de 2013
Interview | Zeit (Sweden): "Basically it’s just pop music drenched in fuzz"
Zeit has arisen in Gothenburg, Sweden, with a sound based on post-punk, noise pop, dream pop and shoegaze. They have just released your new EP Life is Just a Blur, another brilliant work made for the shoegazer new generation. Its co-founder Erik Engblom spoke with blog this week about Zeit’s discography, the both sides of internet and social media revolution to indie bands, and the bigger shoegaze exponent ever, My Bloody Valentine.
In what year Zeit was formed? What bands more have inspired you?
Erik Engblom: As a band Zeit have existed since 2010. But as a concept the band formed by me and Erik Jonsson late 2008 over a couple of drinks at my brothers place. We both share a fondness for what happened with rock music in the late 80-90 ´s, we both love and growing up listening to bands like Broder Daniel (Swedish cult band), Joy Division, Jesus and The Mary Chain, The Smiths, Slowdive, Sonic Youth, Nirvana and My Bloody Valentine. I wouldn't say that we are influenced by those band, but rather these bands inspired us to do our own thing.
What are the expectations about the new EP Life is Just a Blur?
Erik: I haven't given it too much thought, but spontaneous I hope that people feel something when they listening to it – disgust, love, hate, sorrow etc. I think most people don't like it cause it´s rather extreme and drenched in fuzz. At the same time I think those who are well informed (know the genre) might love some of tracks. Basically it’s just pop music drenched in fuzz. It´s an old concept coming back in style.
How has its receptivity been?
Erik: People are generally nice especially if the band is unknown. I guess people who don't like it don´t want to waste energy by writing us down. At the same time those who like it often say nice things about the new EP. With that said, the receptivity has been good.
"Basically it’s just pop music drenched in fuzz."
According to your Bandcamp page, your debut was with a full-length album with ten tracks, in 2011. Was there a particular reason for you release a EP this time? Is it as a preparation to a next full-length album?
Erik: We just had a couple of songs that we recorded and it ended up as an album in 2011. The new EP released feels like a new beginning, I guess you can call it preparation for what to come, but I don't know at this time if it’s a full-length album or another EP. I personally love the EP format. It’s perfect for concepts and in my opinion less boring than the album.
What do internet and social media mean to indie bands like Zeit?
Erik: It´s a good thing I guess. Small bands don’t need to be on a label anymore. With internet and social media revolution bands can promote and release material without the greedy labels. At the same time it’s hard to get through since it feels like everyone making music these days.
"I think My Bloody Valentine doing the right thing releasing it on their own, they really don't need the labels."
How is the shoegaze/dream pop scene in Sweden?
Erik: I don’t know if there really is a shoegaze scene in Sweden. Don´t know if there are scenes at all in Sweden. We have a couple of big festivals every year and that´s it. It’s hard to tour in Sweden since no one is willing to pay band for concerts.
Have you read the Kevin Shields interview on Guardian speaking about MBV has been “banned” from the list of nominees to the Mercury Prize because the album had been released independently? What do you think about it?
Erik: Haven't heard about it. And my general attitude is that music and art in general are not a sport – you can't compete. And I think My Bloody Valentine doing the right thing releasing it on their own, they really don't need the labels.
Comment about your future concerts.
Erik: We hope to tour Europe in the near future!
Leave a message to the shoegaze/dream pop lovers in Brazil.
Erik: Hope to tour your part of the world someday.
Entrevista | Zeit (Suécia): "Basicamente é só música pop encharcada em fuzz"
Zeit surgiu em Gotemburgo, Suécia, com um som baseado no pós-punk, noise pop, dream pop e shoegaze. Eles acabaram de lançar o seu novo EP Life is Just a Blur, outro brilhante trabalho feito pela nova geração shoegazer. Seu cofundador Erik Engblom falou com o blog esta semana sobre a discografia do Zeit, os dois lados da revolução da internet e das redes sociais para bandas indie, e o maior expoente shoegaze de todos os tempos, o My Bloody Valentine.
Em qual ano Zeit foi formada? Quais bandas mais inpiraram vocês?
Erik Engblom: Como banda, Zeit existe desde 2010. Mas a ideia da banda formada por mim e Erik Jonsson veio no final de 2008 depois de uns drinks na casa dos meus irmãos. Nós dois compartilhamos uma predileção pelo rock do final dos anos 80 e início dos anos 90, nós dois amamos e crescemos ouvindo a bandas como Broder Daniel (uma banda cult sueca), Joy Division, Jesus and Mary Chain, The Smiths, Slowdive, Sonic Youth, Nirvana and My Bloody Valentine. Eu não diria que nós somos influenciados por estas bandas, prefiro dizer que estas bandas nos inspiraram a fazer nosso próprio som.
Quais são as expectativas a respeito do novo EP Life is Just a Blur?
Erik: Eu não tenho pensado muito nisso, mas eu espero que as pessoas sintam algo quando ouvirem - aversão, amor, ódio, tristeza etc. Acho que a maioria das pessoas não gosta dele porque ele é um pouco extremo, exagerado e encharcado de fuzz. Ao mesmo tempo, acho que aqueles que conhecem o gênero podem amar algumas das faixas. Basicamente é só música pop encharcada em fuzz. É um velho conceito (musical) voltando à moda.
Como tem sido a receptividade (do EP)?
Erik: As pessoas são geralmente gentis, especialmente se a banda é desconhecida. Acho que as pessoas que não gostam dele não querem desperdiçar energia falando mal. Ao mesmo tempo, aqueles que gostam do EP frequentemente dizem coisas legais sobre ele. Sendo assim, a receptividade tem sido boa.
"Basicamente é só música pop encharcada em fuzz."
De acordo com a página da banda no Bandcamp, a estreia de vocês foi com um álbum com dez faixas, em 2011. Houve uma razão especial para lançarem um EP dessa vez? É um tipo de preparação para o próximo disco cheio?
Erik: Nós simplesmente tínhamos algumas músicas que gravamos e que acabaram como um álbum em 2011. Sentimos o novo EP lançado este ano como um novo começo, eu acho que você pode chamá-lo de uma preparação para o que está por vir, mas eu não sei ainda se será um álbum cheio ou um outro EP. Pessoalmente amo o formato EP. É perfeito para conceitos e na minha opinião menos chato do que um álbum.
O que a internet e as redes sociais significam para bandas indie como Zeit?
Erik: É uma coisa boa, eu acho. Bandas pequenas não precisam estar em uma gravadora mais. Com a internet e a revolução das mídias sociais, as bandas podem promover e lançar material sem contrato com gravadoras. Ao mesmo tempo é difícil porque a partir daí parece que todo mundo faz música hoje em dia.
"Eu acho que o My Bloody Valentine fez a coisa certa lançando o disco por eles mesmos, eles na verdade não precisam de gravadoras."
Como é a cena shoegaze/dream pop na Suécia?
Erik: Eu não sei se existe realmente uma cena shoegaze na Suécia. Não sei se existem quaisquer cenas na Suécia. Nós temos alguns grandes festivais todo ano e é isso. É difícil excursionar na Suécia uma vez que ninguém está disposto a pagar bandas para shows.
Você leu a entrevista de Kevin Shields no Guardian falando sobre o MBV ter sido “banido” da lista de indicados ao Mercury Prize porque o disco tinha sido lançado de forma independente? O que você pensa sobre isso?
Erik: Eu não soube disso. Geralmente penso que a música e a arte em geral não são esportes - você não pode competir. E eu acho que o My Bloody Valentine fez a coisa certa lançando o disco por eles mesmos, eles na verdade não precisam de gravadoras.
Comente sobre seus próximos shows.
Erik: Nós esperamos fazer uma turnê pela Europa em um futuro próximo!
Deixe uma mensagem para os fãs de shoegaze/dream pop no Brasil.
Erik: Esperamos fazer uma turnê na sua parte do mundo algum dia.
segunda-feira, 23 de setembro de 2013
Tributo ao In Utero: André Stella fala ao Songs to Valentina e toca "Dumb"
Às vésperas do relançamento oficial de In Utero, que comemora os 20 anos do álbum, Songs to Valentina e o músico André Stella, do Rio de Janeiro, prestam uma homenagem a este que é um dos discos mais emblemáticos da história do rock. De natureza mais subversiva do que seu antecessor, o comercialmente bem-sucedido Nevermind (1991), o terceiro e último álbum de estúdio do Nirvana divide opiniões quanto a ser ou não o melhor disco da carreira da banda. In Utero (1993) distancia-se do apelo pop mais evidente em Nevermind, mas também não é tão "bruto" quanto Bleach (1989) a ponto de significar uma ruptura com o mainstream, o que faz a tríade Bleach-Nevermind-In Utero representar a mesma banda sob cargas emocionais diferentes, em momentos próprios, antes complementares do que opostos.
Songs to Valentina: O que você acha que o In Utero representou na carreira do Nirvana?
André Stella: O álbum mostra o amadurecimento do trabalho do Nirvana, consolidando de vez a identidade e a personalidade da banda. In Utero também é uma volta às raízes underground do grupo, dos tempos de Bleach, tanto nas composições quanto na produção do disco (que dessa vez ficou por conta de Steve Albini), bem mais “sujo” e “cru” do que Nevermind.
STV: E o que o álbum representou para o rock?
AS: In Utero foi o tão aguardado sucessor de Nevermind e gerou muita expectativa no mundo da música, em especial no mundo do rock. O álbum foi eleito por muitos críticos como o melhor da banda e consolidou o Nirvana como a maior banda de rock da época, a banda mais importante e relevante daquela geração.
"In Utero também é uma volta às raízes underground do grupo, dos tempos de Bleach."
STV: In Utero é seu álbum preferido na discografia do Nirvana?
AS: É páreo duro. In Utero é genial, um sucessor à altura, mas meu álbum preferido do Nirvana é o Nevermind, uma verdadeira obra-prima. Quando ouvi o disco pela primeira vez, foi como se eu tivesse levado um soco na cara. Fiquei atordoado, ouvia todo dia, o tempo inteiro. Mudou minha vida e a vida de toda uma geração, no mundo todo. Bleach é um disco fantástico e já mostrava o que estava por vir. Com Nevermind o Nirvana apareceu para o mundo de forma avassaladora, se tornando a banda mais importante e relevante que havia surgido em décadas, quebrando barreiras, trazendo o underground pro mainstream e abrindo caminho pra tantas outras bandas depois. Mudou a cena musical da época, tanto musicalmente quanto culturalmente.
STV: Quais faixas do álbum destacaria e por quê?
AS: Que pergunta difícil. O álbum todo é maravilhoso, todas as canções são sensacionais e cada uma tem a sua particularidade, tanto do ponto de vista das letras quanto das melodias e harmonias. Mas eu destacaria "Serve The Servants", "Scentless Apprentice", "Heart-Shaped Box", "Rape Me", "Dumb", "Milk It", "Pennyroyal Tea" e "All Apologies". São as minhas preferidas. Elas mostram o Nirvana em toda sua plenitude.
"O álbum foi eleito por muitos críticos como o melhor da banda e consolidou o Nirvana como a maior banda de rock da época."
STV: Conte sobre sua foto com Kurt Cobain. Quais lembranças tem daquele dia?
AS: Tirei minha foto com o Kurt em janeiro de 1993, durante o Hollywood Rock Festival, aqui no Rio de Janeiro. Eu e meus amigos fomos pra porta do hotel onde ele estava hospedado e ficamos lá esperando até ele aparecer. Nós estávamos nervosos e ansiosos, mas ele foi muito simpático e atencioso com a gente. Um cara bem tranquilo, bem simples. Tiramos algumas fotos, pegamos autógrafo, conversamos um pouco com ele. Enfim, foi rápido, mas foi inesquecível, pra levar pra sempre na memória e no coração. Kurt lives forever...
terça-feira, 17 de setembro de 2013
What You Are Looking For: The Black Angels
Natural de Austin, capital do Texas, The Black Angels é mais uma pérola do rock psicodélico contemporâneo. Algumas de suas principais referências são Joy Division, Suicide, The Velvet Underground, The Warlocks, The Jesus And Mary Chain, Pink Floyd, The Doors e The Stooges.
Fundada em 2004, seu nome foi retirado da música "The Black Angel's Death Song", do primeiro disco do Velvet Underground, o cultuado The Velvet Underground & Nico (1967). Os resultados de todas essas preciosas influências condensadas começaram a ser ouvidos em 2005 quando a banda começou a lançar EPs numerados à mão, em edições que variaram de 100 a 400 cópias. No mesmo ano, tiveram o terceiro EP lançado via Light In The Attic Records, iniciando sua ascensão da cena underground. Então tocaram no SXSW, Lollapalooza Chicago e All Tomorrow's Parties.
Passover, o debut, foi lançado em 2006 pela mesma Light In The Attic Records. Directions to See a Ghost veio em 2008 da mesma maneira. O selo Blue Horizon Records lançou os próximos discos da banda, Phosphene Dream (2010) e Indigo Meadow, que saiu em abril deste ano.
A Light In The Attic Records lançou em 2011 uma coletânea com os dois primeiros EPs chamada Another Nice Pair. Este mês a banda está em turnê pela Europa, com datas no Reino Unido, na França e na Itália. Depois, retornam a Austin para mais shows por lá em outubro. Aqui, algumas fantásticas amostras do repertório do The Black Angels: "Black Grease", "You On The Run", "Young Men Dead" e "Drone", além do vídeo com uma performance ao vivo da faixa-título de Indigo Meadow (2013).
terça-feira, 3 de setembro de 2013
Kim Gordon lança Coming Apart, debut do Body/Head; ouça
'Coming Apart', álbum noise/experimental do Body/Head, projeto encabeçado pela ilustre Kim Gordon em parceria com Bill Nace, está prestes a ser lançado pela Matador Records no dia 10 de setembro. O debut da dupla está disponível para streaming via Pitchfork Advance, plataforma digital do site dedicada a, como eles chamam, pré-lançamentos. A futura turnê do Body/Head pelos Estados Unidos abre com show no Brooklyn (NY) no dia do lançamento do álbum duplo. Ouça 'Coming Apart' clicando neste link.
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quinta-feira, 29 de agosto de 2013
What You Are Looking For: She Keeps Bees
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Há três anos, a belíssima "CageMatch", do debut Minisink Hotel (2006), foi ouvida pela primeira vez e por alguma razão desconhecida o She Keeps Bees foi esquecido mas, o som muitas vezes adoravelmente minimalista, de faixas que em sua maioria não passam dos três minutos, acaba de ser redescoberto pelo Songs to Valentina. A similaridade da voz de Jessica Larrabee com a de Chan Marshall, a Cat Power, pode ser desconcertante. Mas nada que impeça de admirar as melodias produzidas por essa dupla indie do Brooklyn fundada em 2006. Para o The New York Times, soa parecido com PJ Harvey. Além do já citado Minisink Hotel, eles já lançaram Nests (2008) e Dig On (2011), fora alguns singles 7" (o mais recente é este primeiro logo abaixo, de 2012) e o EP Shhhh (2007). She Keeps Bees é um dos exemplos mais perfeitos de quando menos é mais.
Minisink Hotel (2006) completo:
sábado, 24 de agosto de 2013
What You Are Looking For: The Underground Youth
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The Underground Youth vem da famosa Manchester, Inglaterra, combinando pós-punk, psicodélico, shoegaze, noise e garage, e seu nome não poderia ser melhor. Eles surgem engrossando o caldo da nova cena que alguns chamam de Reverb, composta por bandas indie experimentais inspiradas por esses gêneros, também identificadas como neo-psychedelia. São do time da Fuzz Club, gravadora independente que se especializou em lançar material de bandas como tal em vinil com edições limitadas - segundo a gravadora, o Brasil está entre os países dos quais mais recebe encomendas. No último dia 2 de agosto The Underground Youth lançou The Perfect Enemy For God, o sexto de sua já prolífera discografia que inclui ainda o EP Low Slow Needle (2011), da onde vem a bela "Midnight Lust" (último vídeo abaixo). Do citado recém-lançado álbum, este do player abaixo, não deixe de ouvir "Veil", "Juliette", "In Sofia's Reflection" e "In The Dark I See".
Outros dois bons discos em destaque do The Underground Youth são Delirium (2011) e Mademoiselle (2010).
quarta-feira, 21 de agosto de 2013
Nirvana: o relançamento de In Utero e os 600 dólares mais bem gastos do mundo da música
Deve ser um momento fantástico para as gravadoras quando têm a chance de lançar um álbum de rock que seguramente venderá muito. O que dizer então de um relançamento comemorativo de 20 anos do terceiro e último disco de estúdio do Nirvana? In Utero será relançado em edição de luxo no dia 24 de setembro. O surpreendente box conterá mais de 70 faixas distribuídas em 3 CDs e 1 DVD, incluindo o disco original remasterizado, 40 demos inéditas, lados B, gravações de ensaios, shows da última turnê, a versão do diretor para o clipe de "Heart-Shaped Box", e uma misteriosa faixa instrumental recém-descoberta.
Em tempos em que quase nada escapa de cair nas graças da internet, rotular de inédita qualquer coisa de uma banda tão popular como o Nirvana é mesmo extraordinário. Mas segundo o que revelou a Rolling Stone, quase cem por cento das faixas são conhecidas, as versões e os momentos em que foram tocadas é que não. O que torna o box realmente atrativo é o volume de material que foi organizado e a arte. O impacto pode ser igual - duvido um pouco que seja maior - ao produzido quando o box With The Lights Out foi lançado em 2004.
Aproveitando que o excelente In Utero voltou a fazer barulho na mídia especializada, a gravadora Sub Pop divulgou o contrato com o Nirvana como que para lembrar quem foi que acreditou na banda primeiro. Justo. O Nirvana lançou apenas o primeiro disco, Bleach (1989), pela Sub Pop. "Foram 600 dólares bem gastos", disse a gravadora em sua conta no Twitter. Alguém discorda?
O documento revela que o Nirvana gravaria três discos com a pequena Sub Pop. |
terça-feira, 13 de agosto de 2013
What You Are Looking For: Temples
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Eles surgem reverberando a atual onda neo-psychedelic brilhantemente maximizada pelo Tame Impala e têm referências retrô suficientes para estarem aqui. Alguns disseram por aí que 2013 seria o ano do Temples, sugerindo que o Tame Impala perderia importância. Mas boas bandas, felizmente, não são tão descartáveis assim. Contudo, isso não diminui a relevância do quarteto de Kettering, Inglaterra, que teve o primeiro single, Shelter Song, lançado em novembro do ano passado, elogiado por Johnny Marr, ex-Smiths, e em julho deste ano abriram o show dos Rolling Stones no Hyde Park, em Londres. Isso em menos de um ano do lançamento do single pela Heavenly Recordings e sem ter sequer lançado o primeiro disco ainda - o que deve acontecer em breve.
A banda formada por James Bagshaw (voz/guitarra), Thomas Warmsley (baixo/backing vocals), Sam Toms (bateria) e Adam Smith (teclados), vem demonstrando sua admiração pelo Krautrock e pela primeira fase do Kraftwerk que, se você ainda não conhece, é esta aqui.
Enquanto o disco não sai, a banda tem lançado alguns bons e sugestivos vídeos para os singles. Abaixo estão "Shelter Song", "Colours To Life" e, ainda, o áudio de "Prisms", lado b de Shelter Song.
Enquanto o disco não sai, a banda tem lançado alguns bons e sugestivos vídeos para os singles. Abaixo estão "Shelter Song", "Colours To Life" e, ainda, o áudio de "Prisms", lado b de Shelter Song.
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